"O sonho americano é o direito ao trabalho, o direito a sustentar sua família", disse o prefeito democrata em um evento em uma praça pública no sul de Manhattan, não muito longe da prefeitura, rodeado de funcionários de sua administração, donos de hostels, sindicatos, organizações de caridade e solicitantes de asilo.
"Devemos acelerar os vistos de trabalho. É de senso comum. Há milhares de trabalhos disponíveis que necessitam ser cobertos, para proporcionar os serviços que necessitamos na cidade, no estado e no país", acrescentou.
Segundo Andrew Rigie, diretor-executivo da Aliança de Hostels de Nova York, somente neste setor, há disponíveis mais de 10.000 postos de trabalho, para os quais "não conseguem encontrar americanos ou um número suficiente de pessoas que estejam atualmente autorizadas a trabalhar para cobri-los".
"Isso está prejudicando as pequenas empresas", reclamou.
"Portanto, não é apenas moralmente correto acelerar as permissões de trabalho, mas também tem um impacto poderoso para ajudar as nossas pequenas empresas que ainda tentam se recuperar da pandemia", disse ele à AFP.
Desde abril do ano passado, mais de 100.000 solicitantes de asilo chegaram a Nova York, que é obrigada por lei a oferecer abrigo a todos que o solicitem. Desde então, a prefeitura da capital financeira e meca do turismo mundial de 8,5 milhões de habitantes enfrenta uma crise sem precedentes.
Em três anos, a cidade dedicará 12 bilhões de dólares (quase 60 bilhões de reais) para enfrentar a crise migratória, anunciou o prefeito no início de agosto.
Atualmente, em torno de 60.000 solicitantes de asilo dependem da prefeitura para dormir, comer, se vestir e colocar seus filhos na escola. A cada semana, chegam mais centenas deles.
As autoridades nova-iorquinas tentam fazer com que o governo federal assuma a responsabilidade pela crise.
Na quarta-feira, após as reuniões de Adams em Washington, a governadora do estado, Kathy Hochul, se reuniu com membros da administração democrata para abordar uma "série de medidas imediatas e tangíveis", entre as quais estão as permissões de trabalho, disse em um comunicado após o encontro.
Na segunda-feira, mais de 120 executivos, entre eles Jamie Dimon, do banco JPMorgan Chase, Larry Flink, do fundo de investimentos Blackrock, e Jane Fraser, do Citigroup, enviaram uma carta ao presidente Joe Biden e aos líderes do Congresso para pedir que atendam as demandas de Nova York.
Além dos vistos de trabalho, o prefeito da cidade exige de seus correligionários do governo federal que declarem estado emergência para gerir a crise na fronteira e que os solicitantes de asilo sejam distribuídos equitativamente por todas as cidades do país.
NOVA YORK