A cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) será seguida por conversas com a China, Estados Unidos e outros países, com Washington representada pela vice-presidente Kamala Harris.
A Asean, composta por 10 países, tem sido criticada por sua falta de eficácia, e seus membros têm lutado para unificar sua resposta à crise em Mianmar desde o golpe de 2021 que derrubou o governo democraticamente eleito do país.
Após a reunião deste bloco, haverá a Cúpula do Leste Asiático, com 18 países, sem a presença de pesos-pesados como os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden; China, Xi Jinping, e Rússia, Vladimir Putin.
Pequim será representada pelo primeiro-ministro Li Qiang e Moscou pelo ministro das Relações Exteriores, Serguéi Lavrov.
Antes disso, os membros da Asean tentarão formular uma declaração que reflita as opiniões de todos os seus membros sobre Mianmar, onde os militares desencadearam uma violenta repressão contra dissidentes.
Um rascunho do documento final, ao qual a AFP teve acesso, deixa em branco a seção sobre Mianmar.
A Indonésia pressionou para que a junta militar birmanesa, que não participa da cúpula, implementasse um plano de cinco pontos acordado dois anos atrás para encerrar a violência e retomar as negociações.
Mas esses esforços têm sido infrutíferos. A junta militar que comanda o país ignora as críticas internacionais e se recusa a dialogar com seus opositores.
A Tailândia realizou reuniões unilaterais com a junta militar e a líder democraticamente eleita deposta, Aung San Suu Kyi, agravando a polarização na Asean.
Um diplomata da região disse à AFP que alguns países pressionaram para que a junta militar fosse convidada novamente para as cúpulas.
"A menos que haja uma intervenção direta e decisiva, francamente, há pouco que a Asean possa fazer para resolver a crise", comentou Oh Ei Sun, do Pacific Research Center da Malásia.
As ações chinesas no Mar da China Meridional, do qual reivindica quase a totalidade, também estarão na agenda, depois que Pequim divulgou na semana passada um mapa em que suas reivindicações territoriais se sobrepõem às dos países da Asean.
Os líderes expressarão preocupação com "reivindicações territoriais, atividades e incidentes graves" nesse mar, de acordo com o rascunho.
Eles mencionam ações que "aumentaram as tensões e podem minar a paz, segurança e estabilidade na região".
Na Cúpula do Leste Asiático subsequente, a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, deverá "concentrar-se na crise climática, segurança marítima (...) e esforços para fortalecer as regras e normas internacionais na região", disse Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca.
JACARTA