O governo petista entregou a liderança de dois ministérios aos deputados do Partido Progressista (PP) e Republicanos, que integraram com cargos-chave no governo de Bolsonaro (2019-2022).
Silvio Costa Filho, do Republicanos, foi nomeado ministro de Portos e Aeroportos, e André Fufuca, líder do PP na Câmara dos Deputados, assumiu o Ministério do Esporte, detalhou o Planalto em comunicado.
Lula também aumentou o número de ministérios, de 37 para 38, com a criação do Ministério da Pequena e Média Empresa, entregue a Márcio França, até então ministro de Portos e Aeroportos.
Os novos ministros assumirão "quando o presidente Lula voltar da reunião do G20" em Nova Délhi, informou o Palácio do Planalto em comunicado.
O movimento consolida a entrada na estrutura federal do Centrão, um conjunto de partidos de centro-direita que se caracterizam por apoiar o governo no Congresso - independentemente do partido político - em troca de cargos e recursos parlamentares.
Lula, que assumiu seu terceiro mandato como presidente em janeiro, busca apoio para aprovar projetos como o orçamento de 2024 e uma reforma tributária.
A configuração atual da Câmara dos Deputados, onde o governo tem cerca de 130 dos 513 votos, resultou em algumas derrotas significativas no primeiro semestre, como a retirada de algumas atribuições dos ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas.
Além do Partido dos Trabalhadores (PT) de Lula, o governo conta com o apoio de outros seis partidos na Câmara dos Deputados, e agora o PP e o Republicanos se juntarão a eles, somando 49 e 41 representantes, respectivamente.
"Assim não podíamos seguir, precisamos fazer andar a pauta", disse um assessor do Palácio do Planalto à AFP.
A partir de agora, o governo espera ter a "maioria" dos votos para seus projetos legislativos, embora formalmente o PP e o Republicanos mantenham um discurso "independente", explicou a mesma fonte.
"O importante é ter os votos. Cada um faz seu jogo, eles vão manter discurso. Não tem problema", acrescentou.
Lula, que admitiu que precisava aumentar o diálogo para obter governabilidade, já havia nomeado o deputado Celso Sabino, do União Brasil, para o Ministério do Turismo.
BRASÍLIA