Os ex-presidentes de centro-esquerda Eduardo Frei (1994-2000), Ricardo Lagos (2000-2006) e Michelle Bachelet juntamente com ex-mandatário de direita Sebastián Piñera assinaram, ao lado de Boric, o chamado "Compromisso pela democracia", de acordo com o documento divulgado pelo palácio presidencial de La Moneda.
Os líderes, que governaram após o fim da ditadura, em 1990, assinaram a declaração em prol da democracia às vésperas da cerimônia comemorativa oficial, que será chefiada por Boric em 11 de setembro.
"Queremos preservar e proteger esses princípios civilizatórios das ameaças autoritárias, da intolerância e do desprezo pela opinião do outro", diz o texto.
A oposição de direita também foi convidada a aderir ao compromisso, bem como à cerimônia, mas se recusou, alegando um possível "ambiente hostil", devido às acusações de promover discursos negacionistas em relação a um regime que deixou mais de 3.200 mortos e desaparecidos.
"Não podemos estar constantemente implorando a partidos políticos democráticos que adotem um compromisso tão simples, que foi elaborado precisamente com a intenção de que todos o assinem", disse o presidente Boric nesta quinta-feira.
Exceto pelo ultraconservador Partido Republicano, as forças de direita emitiram sua própria declaração na quarta-feira, na qual pediram o fortalecimento da democracia.
Com 37 anos, Boric é o presidente mais jovem do Chile e o único nascido após a ditadura.
"Não se trata apenas de mais uma declaração, trata-se de um compromisso com o futuro. Essas discussões acabam afastando a população do que é realmente importante, que é a valorização da democracia", acrescentou o presidente.
Boric buscava selar um compromisso semelhante ao assumido pelos ex-presidentes uruguaios e pelo atual presidente Luis Lacalle Pou, que, no 50º aniversário do golpe de Estado em seu país, concordaram com um muito celebrado "nunca mais", em eventos que contaram com a presença de todos eles.