Jornal Estado de Minas

BAMAKO

Ataques contra um barco e uma base militar deixam mais de 60 mortos no Mali

Até 49 civis e 15 soldados morreram nesta quinta-feira (7) em dois ataques "reivindicados por terroristas" da Al-Qaeda contra um barco de passageiros e uma base militar no norte do Mali, anunciou o governo do país africano.



Os dois ataques atingiram "o barco Tombuctu" que navegava pelo rio Níger e a "posição do exército" em Bamba (norte), com "um balanço provisório de 49 civis e 15 soldados mortos", de acordo com um comunicado do governo deste país da instável região do Sahel.

A autoria do ataque à base militar foi reivindicada nesta quinta-feira pelo Grupo de Apoio ao Islã e aos Muçulmanos (GSIM), afiliado à Al-Qaeda, segundo o Site, uma organização americana especializada em grupos jihadistas.

O governo malinês disse que o GSIM assumiu a responsabilidade pelos dois ataques.

A ação contra o barco de passageiros também causou "feridos e danos materiais", informou em comunicado o governo do Mali, um país africano governado por militares desde um golpe de Estado no verão de 2020.

O Exército malinês detalhou nas redes sociais que a embarcação foi atacada no trecho do rio Níger entre Tombuctu e Gao, no norte do país.



Os agressores atacaram o barco com "pelo menos três mísseis lançados contra o motor", explicou à AFP a Comanav, a empresa estatal de navegação malinesa à qual pertencia a embarcação.

O "Tombuctu", que pode transportar até 300 pessoas, foi atingido pelo impacto de pelo menos um dos mísseis, segundo a Comanav.

Este ataque ocorre poucas semanas depois de o GSIM anunciar um cerco à região e à cidade de Tombuctu, uma das maiores do Mali que já havia caído nas mãos de grupos salafistas em 2012.

O controle territorial é uma questão importante para os militares que assumiram o poder à força em 2020 no Mali e fizeram da soberania um dos seus lemas.

No entanto, vastas áreas do país escapam à autoridade estatal: grupos jihadistas continuam a expandir sua influência no território malinês e também nos vizinhos Níger e Burkina Faso.