Um grupo de manifestantes destruiu com pedras e paus as janelas do prédio do governo, pichou as paredes com spray e derrubou as cercas que cercavam o percurso do protesto.
Agentes antidistúrbios dispersaram os encapuzados com gás lacrimogêneo e carros lançadores de água. Três pessoas foram detidas e três policiais ficaram feridos, de acordo com o comunicado do governo.
"Como Presidente da República, condeno categoricamente esses atos sem nenhum tipo de matiz. (...) A irracionalidade de atacar aquilo pelo que Allende e tantos outros democratas lutaram é vil e mesquinha", reagiu Boric em sua conta na rede social X (antigo Twitter).
Os incidentes mancharam a marcha de cerca de 5.000 pessoas, que percorreu parte do centro de Santiago em direção ao Cemitério Geral da capital.
O esquerdista Boric se juntou brevemente à manifestação, sendo o primeiro governante desde o retorno à democracia em 1990 a participar dessa marcha em 11 de setembro, a data do golpe de Estado de 1973.
Allende, que se suicidou no mesmo dia do golpe, foi deposto pelos militares liderados pelo general Augusto Pinochet, que liderou uma ditadura que durou 17 anos e deixou mais de 3.200 vítimas entre mortos e desaparecidos.
Durante a marcha deste domingo, também houve confrontos entre a polícia chilena e manifestantes que lançaram pedras e coquetéis molotov e ergueram barricadas que foram incendiadas.
A maior parte do grupo de manifestantes, que carregava bandeiras chilenas, de partidos de esquerda e faixas com lemas como "Verdade e justiça agora" e "Allende vive", marchou de maneira pacífica.