Jornal Estado de Minas

LONDRES

Um terço das cirurgiãs do Reino Unido foram agredidas sexualmente por colegas de trabalho

Quase um terço das cirurgiãs britânicas sofreram agressão sexual por parte de seus colegas homens no Reino Unido nos últimos cinco anos, de acordo com um estudo publicado nesta terça-feira (12).



A pesquisa, publicada no British Journal of Surgery, mostra que o "assédio sexual e a agressão sexual podem ser comuns no ambiente cirúrgico britânico e que existe estupro".

"Este é o momento MeToo da cirurgia. Agora teremos que começar o verdadeiro trabalho para uma mudança profunda", disse Tamzin Cuming, cirurgiã e presidente do Women in Surgery Forum, ao jornal The Times.

O estudo, no qual participaram 1.434 pessoas da comunidade cirúrgica (incluindo homens), mostra que 29,9% das mulheres foram vítimas de agressão sexual nos últimos cinco anos. Foram relatados 11 estupros.

Mais de 63% das mulheres foram vítimas de assédio sexual por seus colegas homens e quase 90% delas foram testemunhas deste crime.

Além disso, quase 11% das mulheres sofreram "contato físico forçado" relacionado a oportunidades profissionais, de acordo com o estudo encomendado por uma força-tarefa sobre comportamento sexual inadequado em cirurgia.

Judith, que não revelou seu verdadeiro nome, contou à BBC a agressão que sofreu no início da carreira.

Em uma sala de operações, um cirurgião suado colocou a cabeça em seus seios. "Percebi que ele estava enxugando a testa", explicou ela.

Na segunda vez que ele se aproximou de seus seios, ela lhe ofereceu uma toalha, mas ele respondeu "não, é muito melhor assim", sem que ninguém reagisse na sala de cirurgia.

Apenas 15% dos profissionais de cirurgia melhores classificados são mulheres. São menos de 30% em toda a profissão.