Os países da UE, latino-americanos e caribenhos têm "muito em comum", disse Borrell, pois sua história comum "é forjada pelo movimento de milhões de pessoas de um lado para o outro do Atlântico".
"Mas, insisto: também temos diferenças, e a Ucrânia é um exemplo disso", acrescentou Borrell, perante o Parlamento Europeu, em Estrasburgo.
"Percebe-se que nem todos sentem com igual intensidade a indignação moral que a agressão russa contra a Ucrânia produz em nós, europeus", afirmou.
O diplomata destacou que os países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), com exceção da Nicarágua, apoiaram que a Declaração da Cúpula se refira à "guerra contra a Ucrânia".
Durante a cúpula de julho, a situação na Ucrânia se tornou um tema central das discussões, a ponto de a Declaração Final não fazer qualquer referência à Rússia - para frustração dos países europeus.
Ao apresentar hoje sua avaliação dessa cúpula, Borrell disse que a UE deve manter suas iniciativas de investimento em infraestrutura, mas também apoiar o fortalecimento das instituições.
Os planos de investimento, disse, "são importantes, mas também devemos reconhecer que a infraestrutura mais importante é a invisível, é a infraestrutura institucional que permite viver em liberdade, que é o que mais nos une".
Nesse sentido, a UE anunciou um plano de investimento de 45 bilhões de euros (US$ 50,56 bilhões, ou R$ 250,2 bilhões na cotação atual), por meio do programa Global Gateway. Com esse plano, a ideia da UE é exercer um contrapeso à presença crescente da China na América Latina.
"É importante recordar os princípios políticos que fundamentam nossa ação. Tenho certeza de que, com nossos intercâmbios, encontraremos uma forma de impulsionar essa relação privilegiada", disse Borrell, nesta terça-feira.
ESTRASBURGO