A ONG convoca o maior número possível de países para assinar o acordo na semana que vem, na Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Concluído em junho, o texto foi aclamado como um acordo histórico com potencial de aumentar a proteção dos oceanos.
"A realidade no mar se move na direção contrária à vontade do tratado", destaca o relatório. Os governos devem agir imediatamente, apelou Chris Thorne, responsável pela campanha sobre os oceanos do Greenpeace, a bordo de um navio da organização que atracou hoje em Long Beach, no estado americano da Califórnia, para participar do ato de apresentação do informe.
As horas de pesca em alto-mar aumentaram 8,5% entre 2018 e 2022, segundo o relatório, que compila dados de uma organização capaz de rastrear os movimentos das embarcações por meio dos seus transmissores.
O aumento é especialmente pronunciado nas áreas ecologicamente sensíveis identificadas pela ONU como possíveis futuros santuários marinhos. Segundo o Greenpeace, a pesca nessas áreas aumentou 22,5% no mesmo período.
Diante dessa situação, usar o tratado para criar santuários do alto-mar é crucial, ressaltou Samantha Murray, especialista em biodiversidade marinha da Universidade da Califórnia, em San Diego.
Para que entre em vigor antes da próxima Conferência da ONU sobre os Oceanos, em 2025, o tratado precisa da ratificação de pelo menos 60 países, o que permitiria convocar uma conferência das partes, com poderes para criar os santuários marinhos. Cientistas e ONGs já identificaram uma dúzia de zonas prioritárias do alto-mar que necessitam de proteção.