"É um ataque de ransomware em que eles atacaram a IFX Networks", um provedor de serviços de tecnologia dos Estados Unidos, disse Saúl Kattan, conselheiro presidencial para a transformação digital da Colômbia, à Caracol Radio.
Esse tipo de ataque cibernético costuma acessar sistemas de computador vulneráveis, criptografar ou roubar dados e, em seguida, enviar um pedido de resgate exigindo pagamento em troca da descriptografia ou da não divulgação dos dados.
"Eles sequestraram os dados que a IFX tinha em seus servidores (...) entidades importantes como o judiciário e a saúde estão envolvidas", cujos portais de atendimento ao público estão fora de serviço, detalhou Kattan.
Ele acrescentou que o ataque também afeta instituições públicas e privadas "em outros países da região".
No Chile, o portal mercadopublico.cl, que administra as compras do Estado, denunciou pela rede social X, antigo Twitter, que foi desativado "devido a um problema de cibersegurança" da IFX.
Enquanto no Panamá, a editora Panamá América informou que os portais de seus jornais Crítica, Panamá América e Día a Día estavam fora do ar pela mesma razão.
Segundo o governo da Colômbia, "762 empresas" latino-americanas foram afetadas pelo ciberataque lançado em 12 de setembro por desconhecidos.
A IFX também tem presença na Argentina, onde o governo ainda não relatou nenhum impacto.
Entre as entidades afetadas na Colômbia estão o Conselho Judiciário, o Ministério da Saúde, o da Cultura, a Superintendência de Indústria e Comércio e uma dezena de outros órgãos estatais.
"Há uma quantidade significativa de informações nas mãos de criminosos", alertou Kattan.
No entanto, o governo não recebeu pedidos de resgate em troca das informações nem pagará "recompensas" por elas, acrescentou.
Como consequência do ataque, o Poder Judiciário da Colômbia decidiu "suspender" os prazos de processos por uma semana, exceto para recursos de tutela, habeas corpus e controle de garantias, que serão tratados por e-mail ou presencialmente.
Da mesma forma, o Ministério da Saúde informou em comunicado que seu serviço de atendimento a reclamações ficou fora de serviço e disponibilizou um novo site e uma linha telefônica para tratar das queixas.
A Presidência afirmou que a prioridade é restabelecer os serviços de saúde.
Também informou que o Ministério Público colombiano enviou uma equipe especializada às instalações da IFX para coletar evidências.
"Esse ataque pode ser considerado o maior ataque às infraestruturas na Colômbia nos últimos anos", concluiu Kattan, que pediu a criação urgente de uma agência nacional de segurança digital.
BOGOTÁ