O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, está na Rússia para reuniões sobre segurança, na mais recente visita de funcionários de alto escalão entre os dois aliados estratégicos.
No primeiro dia da viagem de quatro dias, Wang se reuniu em Moscou na segunda-feira com seu homólogo russo Serguei Lavrov.
"A semelhança das posições das partes a respeito das ações dos Estados Unidos no cenário internacional, incluindo aquelas de natureza anti-russa e anti-chinesa, foi constatada", afirmou o Ministério das Relações Exteriores da Rússia em um comunicado.
Lavrov e Wang também examinaram a situação das relações China-Rússia, "que continuam com um desenvolvimento dinâmico em uma situação instável e tensa de política externa", acrescenta a nota.
Pequim e Moscou fortaleceram ainda mais as relações desde o início da intervenção militar russa na Ucrânia, que a China não condenou.
"As partes discutiram de maneira detalhada a atual situação na Ucrânia, apontando a inutilidade das tentativas de solucionar a crise sem levar em consideração os interesses da Rússia e, ainda mais, sem a participação da Rússia", afirmou o ministério.
A China tenta atuar como um país neutro na questão da Ucrânia, mas oferece apoio diplomático e financeiro a uma Rússia cada vez mais isolada internacionalmente.
Durante a reunião, Wang reiterou a posição de Pequim, que pediu negociações de paz e uma solução para o conflito, uma demanda recebida com ceticismo pelos Estados Unidos e a Otan.
Wang disse a Lavrov que seu plano "leva em consideração as preocupações de segurança de todas as partes e é favorável à eliminação das causas profundas do conflito", segundo a imprensa estatal chinesa.
O chanceler chinês também destacou que os dois países "têm uma responsabilidade importante na manutenção da estabilidade estratégica global".
"Uma amizade permanente de boa vizinhança, uma cooperação estratégica abrangente e uma cooperação mutuamente benéfica entre a China e a Rússia continuarão contribuindo para o desenvolvimento e a revitalização de cada país", acrescentou.
A diplomacia russa afirmou que os dois ministros também discutiram temas que envolvem a ONU, incluindo a questão da reforma do Conselho de Segurança.