"Retomamos o controle desta área após vários confrontos", indicou o ministro do Interior, Xhelal Sveçla, em entrevista coletiva.
Desde o meio-dia local, os homens armados entrincheirados no mosteiro estavam cercados pelas forças policiais.
Segundo o ministro, seis pessoas foram presas: dois homens uniformizados, que ficaram feridos, e outros quatro que davam suporte ao grupo. Três agressores morreram, acrescentou.
Durante várias horas, a polícia cercou o grupo, que estava dentro de um mosteiro perto da cidade de Banjska, não muito longe de onde a patrulha foi emboscada na manhã de domingo.
No fim da tarde, as forças de segurança informaram que três agressores tinham sido mortos e quatro suspeitos (civis) foram "presos pela posse de dispositivos de comunicação por rádio".
Os agentes também encontraram grandes quantidades de armas e munições.
A Igreja Ortodoxa confirmou que peregrinos de Novi Sad, na Sérvia, estavam no mosteiro quando os homens mascarados "atacaram" o prédio "com um veículo blindado e forçaram a porta".
- Acusações e 'mentiras' -
O confronto começou na manhã deste domingo, quando um policial patrulhava a região perto da fronteira com a Sérvia e a unidade policial "foi atacada de diferentes posições com armas pesadas, incluindo granadas", diz um comunicado da polícia. Outro policial ficou ferido na emboscada.
O primeiro-ministro de Kosovo, Albin Kurti, classificou o ocorrido como um ato de terrorismo e culpou o governo sérvio.
"O crime organizado, com apoio político, financeiro e logístico de funcionários de Belgrado, está atacando nosso país", escreveu em suas redes sociais.
A presidente do país, Vjosa Osmani, por sua vez, denunciou que este "ataque contra o Kosovo" também seria culpa da Sérvia.
"Estes ataques demonstram, [...], o poder desestabilizador dos grupos criminosos, organizados pela Sérvia, que têm desestabilizado o Kosovo e a região há muito tempo", escreveu em um comunicado.
Já o presidente sérvio, Aleksandar Vucic, negou qualquer responsabilidade da Sérvia no ataque, e disse que os agressores eram sérvios do Kosovo.
"Não quero justificar a morte de um albanês, e isso não é justificável. Deve ser condenado", disse Vucic. "Mas o único culpado do que ocorre no norte de Kosovo [...] é Albin Kurti. Ele sempre faz provocações, e lamento que alguns sérvios tenham cedido às provocações."
Aos "que pensam que isso vai pressionar a Sérvia a reconhecer o Kosovo", acrescentou Vucic, "digo-lhes que isso não só me fortaleceu, mas também a toda a nação, e que nunca reconheceremos a independência do Kosovo, mesmo que matem todos nós."
- Violência recorrente -
O Norte deste país na península dos Bálcãs é comumente palco de tais incidentes, mas as tensões aumentaram em maio, após líderes do Kosovo designarem prefeitos de etnia albanesa em quatro municípios de maioria sérvia.
Mais de 30 soldados da KFOR, a missão de manutenção da paz da Otan no Kosovo, ficaram feridos em confrontos com manifestantes sérvios.
Belgrado se recusa a reconhecer a independência desta região que já foi sua província no passado. Com uma população de 1,8 milhão de habitantes, de maioria albanesa, o Kosovo reúne uma comunidade de aproximadamente 120.000 pessoas de origem sérvia, que vive essencialmente no norte do país.
A guerra do Kosovo (1998-1999), entre as forças sérvias e os combatentes da independência, deixou 13.000 mortos, a maioria deles albaneses. Desde então, as relações entre os dois antigos inimigos passaram por momentos de crise.
A comunidade internacional instou ambas as partes a reduzirem a tensão em diversas ocasiões e reforçou que a adesão de Belgrado e Pristina à União Europeia pode ficar comprometida por este ressurgimento das hostilidades.
O lado sérvio deseja, como condição prévia para qualquer discussão, obter uma forma de associação das comunidades sérvias no norte, enquanto o lado de Pristina exige o reconhecimento da independência do Kosovo por Belgrado.
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BANJSKA