"Estamos em estado de sítio, em psicose social, com narcobloqueios que usam a sociedade civil como escudo humano", assinalou a Diocese de San Cristóbal de las Casas (Chiapas), em comunicado divulgado ontem.
Horas depois, viralizaram nas redes sociais vídeos de um desfile de um grupo de homens uniformizados e fortemente armados por uma estrada, enquanto muitos entre as centenas de pessoas presentes aplaudiam e celebravam aos gritos de "Viva Sinaloa".
Segundo meios locais, o desfile foi protagonizado por integrantes do Cartel de Sinaloa e ocorreu em uma comunidade na serra de Chiapas, bem perto da fronteira com a Guatemala.
Nenhuma autoridade governamental se manifestou até o momento sobre as denúncias da Igreja, nem pelos vídeos.
No sábado, o escritório regional da associação empresarial Coparmex também denunciou que os desaparecimentos, extorsões, bloqueios de estradas e homicídios na região afetaram "a prestação de serviços e oferta de bens" e provocaram outros prejuízos como a suspensão das aulas.
"Pedimos [ao governo] com caráter de urgência um Programa de Ação Imediata para fortalecer a segurança em Chiapas", assinalou a Coparmex.
Há décadas os municípios serranos de Chiapas, fronteiriços com a Guatemala, são locais de passagem fundamentais para o tráfico de drogas, pessoas e mercadorias, e são disputados violentamente pelos cartéis de Sinaloa e Jalisco Nova Geração, segundo dados de especialistas.
TUXTLA GUTIÉRREZ