SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A enfermeira condenada por matar bebês na Inglaterra passará por um novo julgamento.
Lucy Letby, de 33 anos, foi acusada de tentativa de assassinato de uma recém-nascida em 2016, segundo o jornal britânico The Guardian. O novo julgamento será em 10 de junho de 2024, segundo a Justiça.
O juiz informou, porém, que o novo julgamento não deve ocorrer antes que seja decidido se Letby poderá recorrer das condenações de seu primeiro julgamento.
Em agosto, ela foi condenada à prisão perpétua pelo assassinato de sete recém-nascidos e tentativa de homicídio de outros seis. Outras seis acusações não tiveram um veredito final, e o próximo julgamento vai avaliar de novo um desses casos.
Autoridades constataram que alguns bebês sobreviventes tiveram dano cerebral e outras sequelas. Entre 2015 e 2016, ela atacou 13 bebês no Countess of Chester Hospital, principal unidade de saúde da cidade de Chester.
Recentemente, Letby apresentou um pedido para anular sua condenação. As investigações apontam que a enfermeira usava seus conhecimentos técnicos para matar os bebês, envenenando-os com insulina ou dando doses altas de leite.
O CASO
Letby foi acusada de assassinar sete bebês e tentar matar mais 10 entre 2015 e 2016, no Countess of Chester Hospital. A motivação dos crimes ainda é incerta.
Entre as técnicas usadas por ela, estava injetar ar na corrente sanguínea e no estômago das crianças, envenená-las com insulina ou dar doses muito grandes de leite. O objetivo era fazer com que os colegas de hospital acreditassem que as mortes tinham tido causadas naturais.
Durante o julgamento, que começou em outubro de 2022, vários ex-colegas de trabalho disseram ter presenciado comportamentos incomuns da enfermeira.
Em um bloco de anotações encontrado durante buscas da polícia em sua casa, Lucy escreveu: "Eu sou má": "Eu sou uma pessoa horrível e má. Eu sou má e fiz isso".
COMO LETBY FOI PEGA?
Ravi Jayaram, um médico do hospital, suspeitou sobre o comportamento de Letby e levou o caso à administração do hospital em 2015 e 2016, mas foi ignorado. Também de acordo com a People, o doutor disse ter visto Letby de pé ao lado de uma criança com o tubo de respiração desalojado, observando os níveis de oxigênio do bebê caindo e sem fazer nada. Ele interveio, mas o bebê morreu três dias depois.
Somente em maio de 2017 a polícia começou sua própria investigação sobre as mortes, depois de ter sido alertada pelo hospital sobre o comportamento suspeito da enfermeira.
Desde então, ela foi presa três vezes por suspeita de envolvimento com as mortes: primeiro em 2018 e depois em 2019 -ela foi solta nas duas vezes. Letby foi mantida sob custódia somente após a prisão em novembro de 2020.