"Não chegamos nem chegaremos a zero combustível. Não chegamos nem chegaremos a zero recursos no país", escreveu Díaz-Canel na rede social X, o antigo Twitter.
Depois de um verão de altas temperaturas praticamente sem apagões e com disponibilidade de combustível nos postos de gasolina, as autoridades ofereceram na quarta-feira um panorama pouco alentador para o início de outubro.
"Temos [países] fornecedores que não puderam cumprir ou descumpriram seus compromissos conosco" para fornecer petróleo, disse o ministro de Minas e Energia, Vicente de la O Levy, em um programa de televisão.
As próximas duas semanas serão "complexas", mas, no decorrer de outubro, a situação vai se recuperar, acrescentou o funcionário.
A ilha tem enfrentado dificuldades energéticas recorrentes nos últimos anos, em meio à sua pior crise econômica em três décadas.
O governo planeja medidas para economizar energia, como o incentivo ao teletrabalho e a redução de atividades econômicas não essenciais, devido ao impacto nos transportes.
De la O Levy antecipou que não haverá eletricidade suficiente porque boa parte da infraestrutura de geração de energia em Cuba funciona a diesel.
Díaz-Canel disse que "o Bloqueio reforçado" aplicado pelos Estados Unidos contra Cuba há mais de seis décadas "busca isso", levar a ilha a "zero recursos", mas "o socialismo é planejamento, participação e o povo no poder". "Todos os problemas terão uma resposta", acrescentou.
Entre abril e junho, Cuba passou por outra forte crise de combustível devido à falta de petróleo.
Naquele momento, Díaz-Canel disse que, das 500 a 600 toneladas de gasolina que Cuba consume diariamente, menos de 400 toneladas estavam disponíveis para todas as atividades do país. Em julho, a situação melhorou consideravelmente.
A Venezuela é o principal fornecedor de petróleo a Cuba e reduziu suas entregas de 100.000 barris diários em 2016 para uma média de 56.000 em 2021. México e Rússia contribuíram no último ano para atenuar o déficit severo da ilha.
Segundo especialistas, Cuba carece de recursos para pagar o petróleo que importa, ao mesmo tempo em que subsidia a gasolina no interior do país com tarifas equivalentes a 25 centavos de dólar (cerca de R$ 1,25 na cotação atual) por litro.
No caso da Venezuela, Havana paga o petróleo com serviços de médicos e outros profissionais que envia ao país sul-americano, enquanto a forma de pagamento a México e Rússia não está clara.
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