"Não somos mais responsáveis por nenhuma ata. Eles levaram todas as caixas, com todos os resultados", disse a juíza Blanca Alfaro aos jornalistas após momentos de tensão na sede do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), no centro da capital.
Alfaro e outros juízes entraram em confronto e discutiram com vários policiais e promotores no momento em que os agentes retiraram as caixas com as atas, segundo uma transmissão no Facebook feita pelo TSE.
O juiz Gabriel Aguilera indicou que as atas apreendidas correspondem às eleições gerais de junho, nas quais o social-democrata Bernardo Arévalo surpreendeu ao avançar para o segundo turno presidencial, que ele venceu em agosto.
Arévalo denunciou que as ações do MP constituem um "golpe de Estado em curso" para evitar que ele assuma o cargo em 14 de janeiro.
O criticado Ministério Público Especial Contra a Impunidade, liderado por Rafael Curruchiche, iniciou a busca e apreensão no tribunal eleitoral na sexta-feira em resposta a denúncias de supostas irregularidades no processo eleitoral.
"Exigiremos prestação de contas daqueles que participam de ações para minar a transição democrática do presidente eleito", afirmou o chefe da diplomacia dos Estados Unidos para a América Latina, Brian Nichols, na rede social X (antes Twitter), ao criticar a operação.
A missão de observação eleitoral da Organização dos Estados Americanos (OEA) afirmou que as ações contra o tribunal eleitoral "constituem um exemplo vergonhoso para o continente".
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