"Os valores defendidos por este movimento não têm lugar na nossa república", afirmou o ministro do Interior, Gérald Darmanin, em mensagem na rede social X.
As acusações contra o grupo Civitas incluem as suas "teses antissemitas e islamofóbicas", a sua defesa dos colaboracionistas franceses com os nazistas e as suas críticas à comunidade LGBTQIA+.
"Civitas considera os direitos humanos como ferramentas de destruição da civilização cristã", disse o porta-voz do governo, Olivier Véran, após o conselho de ministros.
O grupo, muito ativo nas redes sociais, é também acusado de travar uma "guerra contra a república francesa", recorrendo inclusive à "força", acrescentou.
O Instituto Civitas, fundado em 1999, ficou especialmente conhecido em 2011 com suas ações contra espetáculos, como a obra Golgotha Picnic, do autor argentino Rodrigo García, por considerá-la "cristianofóbica".
Em 2012, o grupo se mobilizou ativamente contra o casamento igualitário e, em 2021, contra o passaporte sanitário durante a pandemia de covid-19.
No entanto, o governo decidiu iniciar o processo de dissolução por declarações durante a universidade de verão do Civitas, dedicada ao "satanismo da nova ordem mundial".
Durante o evento, o ensaísta Pierre Hillard apelou ao regresso à situação anterior a 1789, quando um judeu "não podia tornar-se francês".
O seu presidente, Alain Escada, anunciou nas redes sociais um recurso contra a dissolução, que foi celebrada por várias associações que lutam contra o racismo, o antissemitismo e a homofobia.