Abinader, que busca a reeleição no próximo ano, ordenou o fechamento da fronteira terrestre, aérea e marítima há três semanas em resposta à construção, pelo país vizinho, de um canal destinado a desviar água do rio Masacre, que ambos os países compartilham, para uso na irrigação de cultivos. A obra ainda está em andamento.
"Tomamos algumas medidas para mitigar" os efeitos do fechamento, disse Abinader durante uma visita à cidade fronteiriça de Dajabón. "Estamos ajudando pequenos agricultores, pequenos produtores, pequenos comerciantes, mas vamos ver como podemos flexibilizar para que eles não continuem sendo afetados".
O Haiti, o país mais pobre das Américas, é o segundo parceiro comercial da República Dominicana, recebendo 8,4% de suas exportações, que totalizaram US$ 1,04 bilhão (R$ 5,39 bilhões) em 2022.
"O que eu não estou considerando, repito, é a parte migratória; a fronteira permanecerá fechada", afirmou o presidente. "Esta fronteira não será a mesma; aqui teremos muito mais controles em todas as áreas".
A crise econômica e política no Haiti, agravada pela violência das gangues, aumentou o fluxo migratório para a República Dominicana, que por sua vez intensificou sua política migratória com mais operações e a construção de uma cerca na fronteira comum.
Abinader também anunciou a reativação de um canal do lado dominicano para desviar água do rio Masacre antes que ele entre no Haiti.
"Estamos prontos para trazer até um metro cúbico de água, mais do que o fluxo do rio no momento mais baixo", disse ele. "Estamos preparados para que nossos agricultores rio abaixo não sejam afetados".
"Eu queria ver e confirmar que temos esse canal para esta situação, e isso nos permite começar a flexibilizar" o fechamento da fronteira, reiterou.