Jornal Estado de Minas

HAMAS

Mineira que mora em Israel diz que ordem é para ninguém sair de casa

Residente em Israel há vinte anos, a família da jornalista mineira Isa Nigri, de 68 anos, está em choque com o confronto com o Hamas, que já dura dois dias. No sábado (7/10), o grupo extremista islâmico promoveu um ataque surpresa em território israelense próximo à Faixa de Gaza. O conflito já deixou quase 1 mil pessoas mortas até agora.





 

Dona de uma escola infantil em Yeud, na região central de Israel, Ellen Nigri Dorella , uma das filhas de Isa Nigri, diz que a orientação do governo israelense é para que ninguém saia de casa, a não ser por razões de emergência.


“A tensão é muito grande, a ansiedade por não saber o que vai acontecer, o que vai ser amanhã, é enorme. Tenho um irmão que é soldado e está lá na divisa de Gaza, então estamos também bem angustiados com isso, sem saber o que pode vir a acontecer”, afirma Ellen, se referindo a seu irmão por parte de pai, Moshe Paulino, de 27 anos.

 

 

Ellen conta que o maior medo da população, neste momento, não são as bombas, mas a possibilidade de sequestro. “Confiamos muito no exército israelense e em seus antimísseis. O medo maior mesmo são dos terroristas que entraram em Israel, que estão soltos aqui dentro e que podem entrar em nossas casas a qualquer momento”, conta a mineira, nascida em Belo Horizonte, e que mora em Israel com os três filhos e a neta de dois meses.





Na noite de sábado para domingo (8/10), a família manteve vigilância constante durante a madrugada. “Meu filho Bruno, de 24 anos, passou a noite acordado vigiando nossa casa. Quando acordamos, ele foi dormir”, relata a brasileira, que diz nunca ter vivido isso nas duas décadas em que a família está no país. “Estamos em choque”.

 

 

De acordo com o governo israelense e com a imprensa local, civis e militares foram sequestrados por integrantes do Hamas em diversos pontos do país. O Hamas também estaria abrindo fogo aleatoriamente contra civis em alguns áreas de confronto.

Apreensão

 

 

Isa Nigri, que chegou em Belo Horizonte há vinte dias, vinda de Israel, também está apreensiva com o destino da família. Além de Ellen, sua outra filha, Gisele Nigri Carvalho, 48 anos, também vive em Israel com as filhas Yara e Yasmin, e com o marido Ricardo Uzeda.



“Está todo mundo muito abalado com o que aconteceu e mais ainda com as barbaridades que estão sendo relatadas pelas pessoas e pela imprensa de lá. Os relatos que chegam são estarrecedores. Não vejo humanidade nessas pessoas”, afirma a jornalista.

Isa foi a primeira mulher a ganhar o Prêmio Esso de Fotografia, em 1997, com a foto do assassinato do cabo Valério dos Santos, durante rebelião da Polícia Militar mineira, em uma troca de tiros entre os próprios policiais, na sede da corporação, em Belo Horizonte.