O preço do Brent para dezembro saltou 4,22%, para US$ 88,15, e o do WTI subiu 4,33%, para US$ 86,38.
"Os investidores avaliam as chances de o conflito prejudicar a oferta de petróleo bruto no Oriente Médio se outros países forem envolvidos", explicou a analista Susannah Streeter, da Hargreaves Lansdown.
Para Eli Rubin, do EBW Analytics Group, "a extensão da escalada dos preços observada hoje se explica porque o mercado estava sobrevendido na semana passada". O Brent, em particular, caiu 14% em seis sessões.
Nem Israel, nem o Líbano, onde atua o movimento Hezbollah, aliado do Hamas, são grandes produtores de petróleo, mas o Irã, que ajudou a planejar a ofensiva, segundo o The Wall Street Journal, está entre os principais nomes do mercado.
"O Irã é o segundo país em termos de aumento da produção neste ano, depois dos Estados Unidos", observou Rubin, que estimou o crescimento em cerca de 700 mil barris diários. "Se conseguiram", apesar das sanções contra a república islâmica, "foi, principalmente, porque a Casa Branca permitiu".
Os Estados Unidos concordaram em desbloquear cerca de US$ 6 bilhões de receita petroleira iraniana congelados na Coreia do Sul, o que levou à libertação de cinco americanos de origem iraniana em meados de setembro.
Após a ofensiva do Hamas, o governo americano "irá se mostrar mais atento" aos fluxos de petróleo bruto que deixam o Irã, o que poderia reduzir o volume em escala mundial e colocar ainda mais sob tensão um mercado privado de 1,3 milhão de barris diários por parte da Arábia Saudita e Rússia, apontou Rubin.
O mercado de gás também foi afetado pelo ataque do Hamas, depois que a Chevron suspendeu as atividades em uma plataforma próxima da costa de Israel, a pedido do governo daquele país.
NOVA YORK