"Estabelecemos a ordem", disse Peña em uma coletiva de imprensa, acompanhado de seus ministros.
A rebelião na penitenciária de Tacumbú, que abriga cerca de 3.000 presos, ocorreu na tarde terça-feira à tarde, com a detenção de 22 guardas, que se prolongou por 15 horas.
Os presos, liderados por Javier Rotela, chefe do Clã Rotela e acusado de ser o "rei do microtráfico" na região metropolitana de Assunção, fizeram exigências que não foram reveladas.
"Posso garantir que a resposta do governo será firme. Temos os recursos e a capacidade", afirmou Peña. "Muitas vezes, o preço da paz envolve ouvir cidadãos que, neste caso, estão privados de sua liberdade", acrescentou, sem dar detalhes.
Peña atribuiu a crise à falta de infraestrutura. "A prisão foi projetada para 1.500 detentos, mas há 3.000. Isso claramente cria as condições para o Estado perder o controle sobre as penitenciárias. Quem tem o controle? Os presos", declarou.
O presidente anunciou que o governo acelerará a conclusão e habilitação de três prisões em construção. Também mencionou que quando o levante começou, seu governo mobilizou preventivamente 2.500 policiais e 1.000 membros do exército.
"Poderíamos usar a força, mas preferimos não fazê-lo. Nem todos os que estão nas penitenciárias são pessoas violentas. Muitos estão esperando que as prisões os reintegrem à sociedade", afirmou.
"O motim é consequência da infraestrutura. Grande parte do crime nas ruas está relacionada ao problema da política penitenciária", concluiu Peña.
Tacumbú é o presídio mais antigo do Paraguai. Está localizado em uma propriedade de 10 hectares, a cerca de quinze quarteirões do centro de Assunção.
A população carcerária do Paraguai é de cerca de 16 mil pessoas distribuídas em 18 penitenciárias.
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