"É urgente uma intervenção humanitária internacional. É urgente um cessar-fogo em defesa das crianças israelenses e palestinas", disse Lula, em um comunicado publicado no X, antigo Twitter.
O presidente ressaltou que "crianças jamais poderiam ser feitas de reféns, não importa em que lugar do mundo".
"É preciso que o Hamas liberte as crianças israelenses que foram sequestradas de suas famílias. É preciso que Israel cesse o bombardeio para que as crianças palestinas e suas mães deixem a Faixa de Gaza", acrescentou.
Com o Brasil atualmente na presidência do Conselho de Segurança da ONU, Lula pediu uma união de forças com o secretário-geral da ONU, António Guterres, e a comunidade internacional "para que cesse de imediato e em definitivo o conflito".
o Brasil convocou uma nova reunião do Conselho de Segurança para sexta-feira em Nova York, depois de uma primeira realizada no último fim de semana. A reunião contará com a presença do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, segundo uma nota divulgada nesta quarta-feira pelo Itamaraty.
Dois brasileiros - a carioca Bruna Valeanu e o gaúcho Ranani Glazer, ambos de 24 anos - morreram em Israel nos atentados de sábado, condenados por Lula como "ataques terroristas" perpetrados pelo Hamas.
Outra brasileira segue desaparecida, de acordo com o Ministério de Relações Exteriores.
Uma aeronave da Força Aérea Brasileira pousou nesta quarta-feira em Brasília, no primeiro voo de repatriação com 211 cidadãos que deixaram Israel em meio ao conflito.
Entre os passageiros estavam "turistas, empresários, pastores, produtores de vídeo, escritores e aposentados", informou o governo em nota. Essas pessoas estavam em várias regiões de Israel e foram incluídas na operação "Voltando em Paz", montada no sábado após o início do conflito.
"A saída foi um alívio porque todos os voos estavam sendo cancelados lá, o nosso foi cancelado desde sábado, quando começou a guerra, e a gente não tinha expectativa de ir embora", contou à AFP Laisa Matos, uma das repatriadas.
No aeroporto de Brasília, após o desembarque da aeronave KC-30, dezenas de familiares receberam seus entes queridos com abraços de alívio e emoção.
"Nós víamos os jatos, nós víamos os mísseis. E nós tivemos duas situações que tivemos de ser colocados no bunker do hotel", contou Egon Laufer, outro repatriado que relatou cenas de "pânico" em Israel.
Parte dos brasileiros seguiu para o Rio de Janeiro em outros dois voos disponibilizados pela Força Aérea.
Um segundo voo com 214 lugares para brasileiros que estão na zona de conflito deve decolar nesta quarta do aeroporto de Tel Aviv, com previsão de chegar ao Brasil na madrugada de quinta-feira.
Outros 2.500 cidadãos brasileiros que estão em Israel e 50 na Faixa de Gaza já entraram em contato com as autoridades, embora nem todos tenham manifestado a intenção de serem evacuados.
De acordo com o Itamaraty, 14.000 brasileiros moram em Israel e 6.000, na Palestina.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, pediu a seu par egípcio, Sameh Shoukry, que autorize a entrada de 30 brasileiros que estão em Gaza e tentam sair desse território por terra, através de uma passagem fronteiriça com o Egito.
"Creio que será a saída para evacuar os brasileiros que se encontram nessa região conflagrada", disse Vieira em um vídeo divulgado pelo Itamaraty.
BRASÍLIA