Esta decisão priva a instância russa, automaticamente, de financiamento do COI, mas não tem consequências em uma eventual presença de atletas russos sob bandeira neutra nos Jogos Olímpicos de Paris 2024.
De acordo com a mesma fonte, esse tema em específico será decidido pelo COI "no momento apropriado".
Para a entidade olímpica, que mudou a ordem do dia de seu comitê executivo e renunciou à análise do programa esportivo dos Jogos de Los Angeles de 2028, trata-se de aplicar sanções à "violação", por parte da Rússia, da "integridade territorial" defendida pela Carta Olímpica, afirmou o porta-voz Mark Adams.
No dia 5 de outubro, o Comitê Olímpico Russo integrou, "unilateralmente", entre seus membros diversas organizações esportivas de províncias ucranianas do leste do país (Donetsk, Kherson, Luhansk e Zaporizhzhia) ocupadas pelo Exército russo.
Após o anúncio do COI, o Comitê Olímpico Russo denunciou o que chamou de decisão "política" e "contraproducente" da mais alta entidade olímpica.
"O COI tomou uma nova decisão contraproducente e claramente por uma motivação política", reagiu o comitê russo, em seu canal no Telegram.
Lembrou, ainda, que "os atletas russos, cuja maioria ainda está injustificadamente excluída das competições internacionais, não se veem, de forma alguma, afetados por essa decisão".
O governo ucraniano reagiu na sequência, celebrando a decisão.
"O esporte não pode estar separado da política quando um país terrorista comete um genocídio contra a Ucrânia e utiliza os esportistas como propaganda", declarou o chefe da administração presidencial ucraniana, Andriy Yermak.
O COI mantém sob sanção o esporte russo e bielorrusso desde que, no final de fevereiro de 2022, o Exército russo invadiu a Ucrânia. O ato foi considerado uma violação da trégua olímpica durante os Jogos de Inverno de Pequim 2022. Nesse sentido, recomendou-se às federações internacionais a proibição de todas as competições em território russo, assim como a presença de qualquer símbolo oficial da Rússia, seja o hino, seja a bandeira.
Já sua posição a respeito da participação de atletas russos e bielorrussos (por serem aliados de Moscou) em competições internacionais mudou. Passou da exclusão, em um primeiro momento, para a possibilidade de reingresso, decidida em março passado. As condições para essa participação são que isso ocorra em provas individuais, os atletas compitam sob bandeira neutra e não tenham apoiado "ativamente a guerra na Ucrânia".
Até o momento, o COI ainda não decidiu se os atletas dessas duas nacionalidades poderão participar dos Jogos de Verão de Paris 2024, ou dos Jogos de Inverno de Milão, dois anos depois.
MUMBAI