Nas palavras de Putin, Israel está se preparando para fazer em Gaza algo "comparável ao cerco de Leningrado".
"É inaceitável. Mais de dois milhões de pessoas vivem lá. Nem todos apoiam o Hamas", acrescentou o presidente russo, durante uma entrevista coletiva em Bishkek, no Quirguistão.
Em 18 de janeiro, foi comemorado o 80º aniversário do fim do cerco a Leningrado, hoje São Petersburgo. O cerco durou 900 dias e deixou entre 600.000 e 1,5 milhão de mortos, segundo estimativas.
"Compreendemos a lógica dos acontecimentos, mas, apesar de toda a violência de ambos as partes (...), devemos pensar na população civil", continuou Putin.
O presidente russo reiterou que Israel foi atingido por um "ataque sem precedentes, nunca visto na história", por parte do movimento islâmico palestino Hamas.
Considerou, no entanto, que a resposta de Israel está sendo "em grande escala e de maneira bastante brutal".
"Temos que encontrar uma saída para esta situação. Na minha opinião, isso pode ser encontrado por meio da mediação", acrescentou Putin, que ofereceu a ajuda de Moscou.
A Rússia tem mantido, tradicionalmente, boas relações com as autoridades israelenses e palestinas, assim como com vários atores regionais, como Síria, Egito e Irã.
Também é membro do Quarteto para o Médio Oriente, junto Estados Unidos, União Europeia e ONU, um formato destinado a mediar o conflito entre israelenses e palestinos.
Em outra declaração nesta sexta, Putin afirmou que um ataque terrestre israelense a Gaza causaria "perdas totalmente inaceitáveis entre os civis (palestinos)".