- Auge do tráfico de drogas -
Localizado entre Colômbia e Peru, os maiores produtores de cocaína do mundo, o Equador se tornou um importante centro de distribuição desta droga para Europa e Estados Unidos.
Este país andino de 16,9 milhões de habitantes vive a pior escalada de violência em sua história moderna. Os crimes relacionados às drogas fizeram com que a taxa de homicídios quadruplicasse entre 2018 e 2022, subindo para 26 a cada 100 mil pessoas.
Os confrontos armados com vítimas tornaram-se frequentes, principalmente em Guayaquil, uma importante cidade portuária no sudoeste do país.
Os conflitos entre facções criminosas também levaram a repetidos massacres nas prisões, com pelo menos 460 detentos mortos desde fevereiro de 2021.
O presidente equatoriano, o conservador Guillermo Lasso, atribuiu ao "crime organizado" o atentado do dia 9 de agosto em Quito, que tirou a vida do candidato presidencial centrista Fernando Villavicencio, até então em segundo lugar em algumas pesquisas eleitorais.
- Indígenas em luta -
As 14 nacionalidades indígenas reconhecidas no Equador lutam para defender seus territórios ancestrais ameaçados pela extração de petróleo e mineração.
No dia 20 de agosto, coincidindo com o primeiro turno das eleições presidenciais, um referendo decidiu suspender a exploração de um dos vários blocos petrolíferos da reserva natural Yasuní, no nordeste da Amazônia.
O último censo, realizado em 2022, mostra que os indígenas representam quase 8% da população equatoriana, embora segundo o líder indígena e ex-candidato presidencial Yaku Pérez, este número é de 25%, com base em estudos antropológicos.
Os povos indígenas protagonizaram uma mobilização histórica em 1990, quando o governo cedeu 2,3 milhões de hectares de terras em todo o país, com mais de um milhão destes hectares pertencentes a comunidades na Amazônia, onde o petróleo é extraído.
A poderosa Confederação das Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie, na sigla em espanhol) também participou de manifestações que derrubaram três presidentes entre 1997 e 2005. A entidade liderou grandes protestos em junho de 2022 contra o aumento do custo de vida, que deixaram seis mortos e forçou o governo Lasso a reduzir os preços dos combustíveis.
- Ex-protetor de Julian Assange -
Durante sete anos, de 2012 a 2019, o fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, que publicou documentos confidenciais sobre atividades militares e diplomáticas dos Estados Unidos e de outros países, se refugiou na embaixada do Equador em Londres.
Mas o país sul-americano retirou o asilo diplomático após o início do mandato de Lenin Moreno (2017-2021), mais próximo aos EUA do que o seu antecessor esquerdista e ex-aliado Rafael Correa, hoje radicado na Bélgica.
Preso pela polícia britânica em abril de 2019, o australiano está desde então em uma prisão de segurança máxima perto de Londres, de onde recorreu da decisão de extradição para os Estados Unidos, que o exigem sob a acusação de divulgar documentos sensíveis à segurança nacional americana.
- Petróleo, banana e camarão -
A exploração do petróleo tem sido um pilar da economia equatoriana desde a década de 1970, chegando a gerar receitas de US$ 10 bilhões em 2022 (R$ 51,6 bilhões, na cotação da época), representando quase 10% do PIB do país.
Os outros principais itens de exportação são camarão e banana (mais populares no mundo), além do cacau e rosas.
Em 2022, o crescimento do PIB foi de 2,9% segundo o Banco Mundial.
- Ilhas Galápagos -
Banhado pelo Oceano Pacífico, o Equador é um dos menores países da América do Sul, com uma extensão territorial de 256.370 km².
As Ilhas Galápagos, de sua propriedade e que inspiraram o naturalista britânico Charles Darwin em sua teoria da evolução das espécies no século XIX, são classificadas pela Unesco como Patrimônio Mundial por sua fauna e flora únicas no mundo.
Este arquipélago vulcânico, que recebeu o seu nome devido às tartarugas gigantes encontradas nesta região, é um dos locais mais sujeitos à mudança climática. Entre suas espécies ameaçadas de extinção estão iguanas marinhas, pinguins, biguás e leões marinhos.
Em maio, o Equador obteve a redução de aproximadamente US$ 1 bilhão (R$ 5 bilhões) da dívida externa, ao se comprometer a destinar US$ 450 milhões (em torno de 2,8 bilhões) para proteger a ilha.
QUITO