"Hoje, nós dizemos a Maria: você tem nossa confiança", disse Superlano durante coletiva de imprensa. "Na rua, todo mundo está convencido de que Maria Corina é a ganhadora desta primária", prevista para 22 de outubro.
"Fico emocionada e me comprometo com estes valores que compartilhamos com a sociedade venezuelana e com este caminho que tem um único destino: a libertação da Venezuela e a volta dos nossos filhos para casa", respondeu a pré-candidata, que pertence à ala mais radical da oposição, referindo-se à migração maciça de venezuelanos nos últimos anos.
Superlano, membro do Vontade Popular (VP), partido de Guaidó e de Leopoldo López, anunciou sua desistência a concorrer às primárias dias depois de uma medida similar de Henrique Capriles, que estava em segundo lugar nas pesquisas, embora muito atrás de Maria Corina, que chegou a abrir vantagem de até 30 pontos.
Roberto Enríquez, do partido social-cristão Copei, renunciou às primárias horas depois.
"Vamos trabalhar pela candidatura que for a vencedora, seja quem for", disse durante coletiva de imprensa, sem declarar apoio a nenhum outro candidato.
Capriles tampouco expressou apoio a outros candidatos. Tanto ele quanto Machado e Superlano estão inabilitados a ocupar cargos públicos, o que teoricamente os impediria de inscrever suas candidaturas às presidenciais de 2024, cuja data ainda não foi marcada pela autoridade eleitoral.
Há outros 10 dirigentes que aspiram à candidatura opositora e que não foram inabilitados.
No entanto, esta sanção administrativa pode ser aplicada unilateralmente, sem processo prévio.
"Não pode haver uma eleição limpa e livre se há um cidadão que seja impedido à força pelo regime de ser candidato às eleições", criticou Machado.
Permitir que inabilitados possam se candidatar era um ponto prioritário na agenda da oposição em suas negociações com o governo de Maduro, que são realizadas no México e estão congeladas desde novembro de 2022.
A oposição rejeitou uma proposta do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) para realizar as primárias com o sistema automatizado de votação, pois o processo deveria ser adiado por quase um mês e não havia garantias de que os sancionados pudessem participar.
O novo presidente do CNE é Elvis Amoroso, que antes estava à frente da Controladoria, encarregada da inabilitação unilateral de opositores como Machado.