"É crucial fazer o possível para determinar como um grupo de jornalistas claramente identificados e devidamente credenciados pode ter se tornado alvo", afirmou o CEO da AFP, Fabrice Fries, citado no comunicado.
Fries pediu que tanto as autoridades israelenses quanto libanesas "não se contentem com meras 'verificações', mas realizem uma investigação exaustiva e forneçam respostas documentadas, claras e transparentes".
O ataque, no qual seis jornalistas ficaram feridos e um morreu, ocorreu na fronteira com Israel, no sul do Líbano.
Entre os feridos, alguns em estado grave, estão dois repórteres da AFP, dois da Reuters e dois da Al Jazeera. Entre eles, há um americano, um libanês e dois iraquianos.
O jornalista da Reuters que morreu se chamava Issam Abdallah, tinha 37 anos e era libanês.
O sul do Líbano é cenário quase diário de duelos de artilharia entre o grupo libanês Hezbollah e o Exército israelense desde o início da guerra entre o Estado hebraico e o movimento islamista palestino Hamas em Gaza, em 7 de outubro.
"Os jornalistas vítimas do ataque disseram acreditar que foram alvo de disparos de artilharia ou tanques do território israelense", afirmou a direção da AFP no comunicado.
"Fazemos um apelo a todas as partes envolvidas nas atuais tensões no Oriente Médio para que respeitem o trabalho dos jornalistas e façam o possível para garantir sua segurança", enfatizou Phil Chetwynd, diretor de Informação da AFP.
O Exército libanês acusou Israel pelo ataque. O Exército israelense, por sua vez, declarou "lamentar muito" a morte de Issam Abdalla e afirmou que estava realizando "verificações" sobre o ocorrido, sem reconhecer explicitamente sua responsabilidade.
A fotógrafa da AFP Christina Assi "ficou gravemente ferida, incluindo nas pernas", e "está em estado grave em um hospital de Beirute após passar por nove horas de cirurgias", informou a AFP.
"O repórter de vídeo Dylan Collins - que já havia sido ferido na Ucrânia em julho - sofreu ferimentos menos graves e poderá receber alta hospitalar em breve", acrescentou a direção da agência.
Pelo menos 10 jornalistas morreram na região nesta "semana sangrenta" para a profissão, sete deles em Gaza e no Líbano, informou a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF).