Rebeca vai disputar pela primeira vez o Pan, de 20 de outubro a 5 de novembro, depois de brilhar no Mundial da Antuérpia, onde conquistou cinco medalhas.
A paulista de 24 anos foi bicampeã do mundo no salto e liderou a conquista de uma medalha de prata histórica para o Brasil na competição por equipes, atrás dos Estados Unidos.
Sem Simone Biles e a atleta venezuelana do salto triplo Yulimar Rojas, a ginasta brasileira, revelação dos Jogos Olímpicos de Tóquio, se postula como uma das grandes estrelas em Santiago.
"E pode vir mais que eu amo, tá? Eu amo! Vem, vem vem. Muito ouro!", disse Rebeca, que não disputou o Pan de Lima em 2019 devido a uma lesão no joelho direito.
A ginasta é o principal nome da maior delegação brasileira em um Pan (630 atletas, 45% mulheres), que tem um objetivo claro: superar o recorde de 168 medalhas, 54 delas douradas, que rendeu ao país a segunda colocação no quadro geral há quatro anos no Peru.
- Peso feminino -
A seu lado também estarão referências como a judoca Rafaela Silva, a dupla do vôlei de praia Duda e Ana Patrícia, as velejadoras Martine Grael e Kahena Kunze e a skatista Pâmela Rosa, cuja modalidade estreia no evento.
"As mulheres têm sido protagonistas dessas grandes conquistas que o Brasil tem tido, mas isso não significa que os homens não estejam evoluindo. O que a gente hoje visualiza, sem dúvida nenhuma, as mulheres vão pesar bastante nesse resultado que a gente espera", disse à AFP Ney Wilson, diretor de Esportes de Alto Rendimento do Comitê Olímpico Brasileiro (COB).
O Brasil terá também o desafio de conseguir o maior número de vagas para os Jogos Olímpicos de Paris 2024 (já tem mais de 120 atletas garantidos), em um evento que rende classificações diretas em 21 modalidades.
E também de se manter à altura das históricas participações em Lima e Tóquio, onde bateu o recorde de medalhas (21 no total), incluindo sete de ouro.
Entre os campeões brasileiros na capital japonesa estão Rebeca Andrade, Ana Marcela Cunha, Martine Grael e Kahena Kunze; enquanto Rayssa Leal, atualmente com 15 anos, e Bia Ferreira foram medalhistas de prata.
Depois do sucesso na Antuérpia (seis medalhas no total), o COB espera uma disputa aberta na ginástica feminina e masculina com o grande favorito, os Estados Unidos.
"Se não levarem sua equipe principal, com certeza eu diria que o Brasil vai abocanhar um número grande de medalhas de ouro nessa disciplina", afirmou Wilson.
- Desfalques importantes -
Mas a delegação brasileira não está isenta de dificuldades, especialmente relacionadas a modalidades coletivas, que costumam trazer medalhas para o país.
Já garantida nos Jogos de Paris 2024 após conquistar a Copa América 2022, a seleção feminina de futebol tem presença confirmada no Chile.
O futebol masculino (sub-23), o vôlei e o basquete vão sem suas principais estrelas, que não foram liberadas por seus clubes, uma situação que também afeta os adversários.
Além disso, o Brasil não poderá lutar por uma medalha que era dada como certa no atletismo com Alison dos Santos, campeão mundial dos 400 metros com barreiras em 2022.
Alison vai se dedicar a recuperar ritmo nos Estados Unidos após uma grave lesão no joelho direito, sofrida em fevereiro, pensando nos Jogos de Paris.
A ausência do principal nome masculino se junta à do ginasta Arthur Zanetti (campeão do mundo em 2013 e ouro nas argolas nos Jogos de Londres 2012).
Ainda assim, o Brasil tem grandes esperanças com protagonistas de ambos os sexos em modalidades como, ginástica, skate, judô, natação, boxe e surfe.
O arqueiro Marcus D'Almeida (número 1 do ranking mundial), o nadador Fernando Scheffer (bronze em Tóquio) e o tenista de mesa Hugo Calderano (primeiro pan-americano a entrar no Top 5 do ranking global) são algumas das apostas masculinas para engordar o quadro de medalhas.
SÃO PAULO