Segundo o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, Biden transmitirá sua solidariedade a Israel e depois viajará à Jordânia para se reunir com o rei Abdullah II, o presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, e o líder da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas.
"Irá reiterar a nossa convicção de que o Hamas não representa a grande maioria do povo palestino, que também é vítima" do grupo islamita, explicou John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional americano.
- 'Dever' -
A breve viagem, de cerca de um dia, lembra a visita histórica de Biden a Kiev em fevereiro, em que o democrata também viajou para um país em guerra. Desta vez, no entanto, a viagem não será mantida em sigilo até o último minuto, ele não será recebido de os braços tão abertos quanto em Kiev e há mais coisas em jogo.
O presidente americano afirmou que Israel tem "o dever" de se defender. O ataque do grupo islâmico palestino Hamas no último dia 7 deixou 1.400 mortos em Israel, segundo autoridades locais.
Biden sabe do risco de uma catástrofe humanitária na Faixa de Gaza, bombardeada pelo Exército israelense, que também prepara uma ofensiva terrestre no local. Cerca de 3 mil pessoas já morreram em ataques de Israel ao território palestino, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.
Os Estados Unidos não querem que o conflito se propague, uma vez que já fornecem fundos significativos à Ucrânia e desejam manter recursos estratégicos para enfrentar a China, caso necessário, entre outros motivos.
- 'Nação essencial' -
A viagem de Biden será um teste para a influência da "nação essencial", uma expressão usada pela ex-secretária de Estado Madeleine Albright. "Somos os Estados Unidos da América, pelo amor de Deus, a nação mais poderosa da história mundial. Podemos nos ocupar de ambos", Ucrânia e Israel, ao mesmo tempo, afirmou Biden no último domingo, em entrevista à rede de TV CBS.
O presidente americano também conta com sua habilidade pessoal. Após 40 anos de carreira política, o democrata está convencido de que pode resolver as situações mais complexas com seu espírito de negociação.
Biden, no entanto, não tem controle total dos fatos. Qualquer envio adicional de ajuda a Israel precisa da aprovação do Congresso americano, e a Câmara dos Representantes se encontra paralisada há dias, sem um presidente.
Em campanha pelo segundo mandato, Biden não pode se permitir errar, no momento em que 30 americanos já morreram desde o ataque do Hamas e que se teme uma explosão de ódio contra judeus e muçulmanos nos Estados Unidos, um país já dividido.
WASHINGTON