"É uma decisão histórica", escreveu no Facebook a parlamentar ucraniana Ina Sovsun. "Para vencer o agressor (...) temos que privar a Rússia de toda possibilidade de nos prejudicar", acrescentou.
Segundo outro deputado, Yaroslav Jelezniak, o projeto foi aprovado por 267 votos a favor, muito acima da maioria exigida de 226.
Os projetos de lei devem passar por duas leituras no Parlamento ucraniano antes que o presidente Volodimir Zelensky os sancione.
O texto em questão proíbe qualquer atividade de "organizações religiosas" afiliadas "ao país que pratica agressão armada contra a Ucrânia".
A Igreja Ortodoxa dependente do Patriarcado de Moscou, até recentemente a mais popular na Ucrânia, perde fiéis há anos, coincidindo com a ascensão do sentimento nacionalista ucraniano.
A tendência acelerou com a criação, em 2018, de uma igreja ortodoxa ucraniana independente de Moscou. A invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022 deu um impulso adicional a esse processo.
A Igreja Ortodoxa ucraniana, que em maio de 2022 cortou oficialmente os seus laços com a igreja russa, acusou os legisladores de violarem a Convenção Europeia dos Direitos Humanos, que garante a liberdade de culto.
"Sem dúvida, a aprovação deste projeto de lei indicará que os direitos humanos e as liberdades, pelas quais o nosso Estado também luta, estão perdendo o significado", afirmou.
A proposta de proibir a igreja ortodoxa patrocinada por Moscou dividiu a Ucrânia, onde alguns paroquianos continuam frequentando as suas igrejas.
Após a invasão russa, algumas igrejas mudaram de aliança para a igreja ortodoxa ucraniana, independente de Moscou.