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Estado de Minas NIR OZ

'Eles vieram para assassinar', afirma sobrevivente de kibutz atacado pelo Hamas

Autoridades calculam que 25% dos 400 residentes do kibutz morreram, foram sequestrados ou desapareceram no ataque terrorista do Hamas em 7 de outubro


20/10/2023 08:37 - atualizado 20/10/2023 09:57
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Jornalista estrangeiro verifica manchas de sangue no chão de uma casa dentro do kibutz Nir Oz, na fronteira com a Faixa de Gaza
Jornalista estrangeiro verifica manchas de sangue no chão de uma casa dentro do kibutz Nir Oz, na fronteira com a Faixa de Gaza (foto: JACK GUEZ / AFP)
Ataques aéreos, disparos de morteiros e bombardeios são ouvidos no kibutz Nir Oz, onde Ron Bahat avalia os danos em sua comunidade agrícola devastada, perto da fronteira com Gaza.

As autoridades calculam que 25% dos 400 residentes do kibutz morreram, foram sequestrados ou desapareceram no ataque da madrugada de 7 de outubro de milicianos do grupo islamita Hamas contra comunidades e postos militares israelenses.

Bahat, 57 anos, afirma que o número definitivo de mortos é difícil de determinar, porque corpos continuam sendo encontrados e outros aguardam identificação.

Ele aponta para uma casa, onde um dia antes foram encontrados os corpos de uma mulher e de seu neto. "Havia muito sangue, estavam no quarto de refúgio", disse. "Eles vieram para assassinar. Eles vieram para tirar vidas", disse a respeito dos milicianos do Hamas.

Ao menos 1.400 pessoas morreram, a maioria civis baleados, mutilados ou queimados no primeiro dia da incursão armada do movimento islamista palestino, segundo as autoridades israelenses.

Israel afirma que quase 1.500 combatentes do Hamas morreram em confrontos antes que o Exército recuperasse o controle total das áreas atacadas.

Bahat conseguiu sobreviver ao lado de sua família, que permaneceu entrincheirada no "quarto de refúgio" de sua residência durante mais de oito horas, apesar das tentativas reiteradas dos milicianos de derrubar a porta.

Em outras casas, os milicianos utilizaram granadas para entrar, explica.

Antes do ataque surpreendente, Nir Oz era "um dos melhores lugares para viver", destaca.

A AFP entrou na comunidade agrícola em uma viagem oficial organizada pelo Exército israelense, em uma das primeiras visitas da imprensa ao kibutz.

- Sinais do ataque -

Quase duas semanas depois, os sinais do ataque ainda são visíveis. As roupas ainda estão penduradas nos varais e as bicicletas das crianças estão nos jardins, ao lado dos destroços queimados das casas.

O chefe de segurança da comunidade, Shachar Butler, foi um dos poucos a retornar, entre outros motivos para enterrar um de seus amigos mais próximos na tarde de quinta-feira.

Ao recordar o ataque, Butler disse que viu mais de uma dúzia de homens armados atravessando seu quintal depois que um alarme despertou os moradores.

Os milicianos atiraram e lançaram granadas contra sua residência, explica. "Cada vez que alguém tentava tocar na minha janela, eu atirava", afirma o homem de 40 anos.

"As pessoas que saíram foram sequestradas, assassinadas, executadas, massacradas".

Butler calcula que até 200 milicianos atacaram o kibutz, entrando por três lados antes de seguir casa por casa.

Depois da retirar os sobreviventes, as tropas israelenses estabeleceram posições dentro do kibutz, que fica a apenas três quilômetros de Gaza.

Mais de 3.780 palestinos, a maioria civis, morreram na Faixa de Gaza nos bombardeios incessantes de Israel em represália ao ataque do grupo palestino, segundo balanço mais recente do Ministério da Saúde do Hamas em Gaza.

Os bombardeios são direcionados contra o Hamas, mas também atingiram escolas, hospitais, edifícios residenciais e instalações da ONU, segundo as autoridades locais.

Com as forças israelenses em preparação para uma invasão terrestre, Butler afirma que é difícil projetar a paz na região.

"Caminhávamos pelos campos, trabalhávamos nos campos... sempre com a esperança de que talvez um dia houvesse uma solução pacífica", disse à imprensa. "Mas agora parece impossível", lamenta.


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