Um relatório do Pentágono divulgado na quinta-feira (19) estima que a China está desenvolvendo seu arsenal nuclear muito rapidamente e que o gigante asiático "provavelmente terá mais de 1.000" ogivas nucleares operacionais até 2030, quase o dobro do total atual.
"Este informe americano, como os anteriores que eram similares, ignora a realidade, está cheio de preconceitos e propaga a teoria de uma ameaça chinesa", reagiu o porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, Mao Ning, nesta sexta-feira.
"O objetivo é simplesmente encontrar desculpas para manter a hegemonia militar" americana, disse ele em entrevista coletiva, destacando a "firme oposição" ao documento.
O governo chinês disse que não tomará a iniciativa de usar uma bomba nuclear, mas mantém o direito de retaliar, se for atacada com uma arma desse tipo.
"A China mantém, com determinação, uma estratégia nuclear de autodefesa", explicou Mao Ning.
"Sempre mantivemos nossas forças nucleares ao nível mínimo exigido para nossa segurança nacional", acrescentou.
Os Estados Unidos, por sua vez, nunca se comprometeram a não utilizar primeiro uma arma nuclear.
"Continuam investindo maciçamente na modernização" de suas ogivas, disse o porta-voz, referindo-se ao "risco" agravado de um "conflito nuclear".
Os Estados Unidos têm 3.708 ogivas nucleares, e a Rússia, 4.489, segundo o Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Sipri, na sigla em inglês), que contabiliza 410 para a China.
Na última década, o presidente chinês, Xi Jinping, comprometeu-se a modernizar o Exército chinês, incluindo seu braço de armas nucleares. Este desenvolvimento militar preocupa alguns dos seus vizinhos, assim como os Estados Unidos e seus aliados.
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