Jornal Estado de Minas

WASHINGTON

Meta e Google boicotam Web Summit em Lisboa por declarações contra Israel

Meta e Google desistiram de participar da Web Summit, um dos maiores eventos tecnológicos do mundo, depois que seu organizador criticou as operações militares de Israel, após os ataques do grupo islamista Hamas, informaram as duas empresas nesta sexta-feira (20).



Um porta-voz da Meta confirmou à AFP que não vai participar do evento, enquanto o Google declarou ao jornal Irish Independent que seus representantes tampouco iriam a Lisboa, Portugal, onde a cúpula será realizada.

O empresário irlandês Paddy Cosgrave, cofundador da Web Summit, escreveu na semana passada no X, antigo Twitter, que estava "chocado com a retórica e as ações de tantos líderes e governos ocidentais".

"Os crimes de guerra são crimes de guerra mesmo que cometidos por aliados, e devem ser denunciados como o que são", escreveu Cosgrave em 13 de outubro.

No dia 7, Israel foi alvo de um ataque sem precedentes do movimento islamista palestino Hamas. Mais de 1.400 pessoas - a maioria civis - morreram em Israel desde o ataque, o mais mortal desde a criação do Estado de Israel.

Os ataques israelenses em represália mataram mais de 4.100 pessoas, a maioria civis palestinos, entre eles centenas de crianças, segundo as autoridades locais.

Os boicotes da Meta e do Google somam-se ao de diversas outras empresas e personalidades, como Intel, Siemens, a comediante americana Amy Poehler e a atriz Gillian Anderson, de Arquivo X.



A Web Summit receberá cerca de 2.300 empresas emergentes e mais de 70.000 pessoas de 13 a 16 de novembro em Lisboa.

Garry Tan, da empresa Y-Combinator, iniciou o boicote, ao qual se seguiram rapidamente outros grandes nomes do setor.

Cosgrave pediu desculpas na terça-feira.

"Entendo que o que disse, no momento em que disse, e a forma em que foi apresentado causaram profunda dor a muitos. Peço desculpas, profundamente, a qualquer um que tenha se sentido ferido pelas minhas palavras", disse.

Cosgrave disse que condena "sem reservas" o ataque "maldoso, repugnante e monstruoso" do Hamas contra Israel e apoia "inequivocamente" o "direito de existir e de se defender" de Israel.

Disse também que Israel deve aderir às Convenções de Genebra, "ou seja, não cometer crimes de guerra".

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