Um porta-voz da Meta confirmou à AFP que não vai participar do evento, enquanto o Google declarou ao jornal Irish Independent que seus representantes tampouco iriam a Lisboa, Portugal, onde a cúpula será realizada.
O empresário irlandês Paddy Cosgrave, cofundador da Web Summit, escreveu na semana passada no X, antigo Twitter, que estava "chocado com a retórica e as ações de tantos líderes e governos ocidentais".
"Os crimes de guerra são crimes de guerra mesmo que cometidos por aliados, e devem ser denunciados como o que são", escreveu Cosgrave em 13 de outubro.
No dia 7, Israel foi alvo de um ataque sem precedentes do movimento islamista palestino Hamas. Mais de 1.400 pessoas - a maioria civis - morreram em Israel desde o ataque, o mais mortal desde a criação do Estado de Israel.
Os ataques israelenses em represália mataram mais de 4.100 pessoas, a maioria civis palestinos, entre eles centenas de crianças, segundo as autoridades locais.
Os boicotes da Meta e do Google somam-se ao de diversas outras empresas e personalidades, como Intel, Siemens, a comediante americana Amy Poehler e a atriz Gillian Anderson, de Arquivo X.
A Web Summit receberá cerca de 2.300 empresas emergentes e mais de 70.000 pessoas de 13 a 16 de novembro em Lisboa.
Garry Tan, da empresa Y-Combinator, iniciou o boicote, ao qual se seguiram rapidamente outros grandes nomes do setor.
Cosgrave pediu desculpas na terça-feira.
"Entendo que o que disse, no momento em que disse, e a forma em que foi apresentado causaram profunda dor a muitos. Peço desculpas, profundamente, a qualquer um que tenha se sentido ferido pelas minhas palavras", disse.
Cosgrave disse que condena "sem reservas" o ataque "maldoso, repugnante e monstruoso" do Hamas contra Israel e apoia "inequivocamente" o "direito de existir e de se defender" de Israel.
Disse também que Israel deve aderir às Convenções de Genebra, "ou seja, não cometer crimes de guerra".
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