Esta megacompra, financiada por uma troca de ações, ocorre em um contexto de grandes operações no setor energético americano, menos de duas semanas depois do anúncio de que a ExxonMobil irá comprar a Pioneer, por US$ 60 bilhões (R$ 303 bilhões na cotação do dia).
O acordo com a Chevron avalia a operação em US$ 53 bilhões, enquanto o valor total da transação, incluindo a dívida, chega a US$ 60 bilhões, informa o comunicado.
Esta aquisição, que deverá se concretizar no primeiro semestre de 2024, diversificará ainda mais a pasta da empresa americana, afirmou a nota.
A fusão ocorre em um momento em que o petróleo está cotado acima dos 87 dólares o barril (R$ 436,37 na cotação atual), um nível historicamente alto, que faz disparar os lucros das gigantes do setor.
Com esta operação, a Chevron assume as posições da Hess no bloco petrolífero offshore "Stabroek", na costa da Guiana, que possui as maiores reservas de petróleo bruto per capita do mundo.
Estima-se que este bloco representaria 11 bilhões de barris de petróleo, dos quais 30% serão explorados pela Chevron no final da transação.
Além disso, o grupo está ganhando projeção na bacia de Bakken (Dakota do Norte), rica em petróleo de xisto, no golfo do México e no Golfo da Tailândia.
A operação "situa a Chevron em uma posição idônea para reforçar nossos resultados de longo prazo e melhorar ainda mais nosso vantajoso portfólio", disse o presidente e CEO da companhia, Mike Wirth.
"Esta combinação estratégica une duas sólidas empresas para criar uma empresa de energia integrada de classe mundial", declarou o CEO da Hess, John Hess, cuja empresa deve, provavelmente, ingressar no conselho de administração da Chevron.
"Penso que nossa indústria, sobretudo o setor de xisto, deverá ter certa consolidação", acrescentou Wirth.
Enquanto isso, em Wall Street, após o anúncio de compra da Hess, a Chevron perdeu 3,70%, fechando a 160,65 dólares. Já a Hess Corporation, que operou o dia todo no azul, fechou em baixa de 1,04%.
- Lucros recorde -
Após a finalização da compra, a Chevron pretende aumentar suas recompra de ações em US$ 2,5 bilhões (R$ 12,7 bilhões), até alcançar os US$ 20 bilhões anuais (R$ 101,7 bilhões), "em um cenário de aumento contínuo dos preços das ações do petróleo".
No ano passado, a gigante americana obteve lucros recordes de US$ 35,5 bilhões, e a Hess, um lucro líquido de US$ 2,2 bilhões para 2022 (R$ 179,2 bilhões e R$ 11,1 bilhões, respectivamente, na cotação do dia).
Embora os grupos abordem a "transição energética" em seu comunicado, a operação poderá receber críticas dos ambientalistas preocupados com a mudança climática.
Muitos condados dos Estados Unidos processaram empresas do setor de combustíveis fósseis em que trabalham devido ao impacto ambiental que geram.