Os militares israelenses apontam que atualmente há mais de 200 pessoas sendo feitas reféns pelo Hamas, após o ataque surpresa de 7 de outubro.
As Forças de Defesa de Israel notificaram alguns familiares de que os seus entes queridos são mantidos reféns, enquanto em outros casos os parentes acham que a pessoa foi levada como refém por estar há muito tempo desaparecida.
O Hamas disse que escondeu os reféns em “locais e túneis seguros” dentro de Gaza.
Os militares de Israel dizem que os reféns incluem 20 crianças e entre 10 e 20 pessoas com mais de 60 anos. Estas são as histórias confirmadas pela BBC, ou relatadas de forma crível, de pessoas raptadas de Israel pelo Hamas.
Na última sexta-feira (20), duas reféns americanas — uma mãe e uma filha — foram libertadas pelo Hamas. Nesta segunda-feira (23), mais duas mulheres foram libertadas: Nurit Cooper, de 79 anos, e Yocheved Lifshitz, de 85. Segundo o governo israelense, porém, os maridos das duas idosas seguem detidos como reféns.
A lista de reféns é atualizada regularmente e os nomes podem mudar, porque ao longo dos dias algumas pessoas que eram consideradas reféns podem ter sido liberadas ou até mesmo mortas.
Doron, Raz e Aviv Asher foram capturadas enquanto estavam com parentes perto da fronteira de Gaza. Yoni, o marido, viu um vídeo de sua esposa e filhas, de 5 e 3 anos, sendo colocadas em um caminhão com outros reféns. Ele também rastreou o celular dela até Gaza.
Meirav Tal, seu parceiro Yair Yaakov e os filhos dele Yagil, 12, e Or, 16, estão listados entre os reféns. A mãe das crianças, Ranana, estava ao telefone com elas quando o Hamas chegou e ouviu o filho mais novo gritar: “Não me levem, sou muito jovem!” Um vídeo também parece mostrar Yair e Meirav com seus sequestradores.
Amit Shani, 16 anos, foi obrigado a entrar em um carro por homens armados do Hamas depois que eles invadiram o quarto seguro da família no Kibutz Be'eri, disse sua mãe ao New York Times.
Tsachi Idan foi visto pela última vez por sua esposa, Gali, quando foi levado por homens armados do Hamas. A família deles foi localizada em um quarto seguro – cômodo feito de concreto reforçado com portas de aço herméticas e janelas projetadas para suportar ataques de mísseis – no Kibutz Nahal Oz. A captura dele foi transmitida ao vivo pelo Hamas. O filho mais velho, Maayan – que acabara de completar 18 anos – foi morto a tiros, disse Gali à BBC.
Margalit Mozes, 78 anos, foi vista em uma gravação sendo levada de sua casa em Nir Oz, um kibutz no sul de Israel, perto de Gaza, pelo Hamas, disse seu irmão Chanon Cohen à CBS. Ela tem problemas de saúde que exigem cuidados médicos quase constantes, informou a família dela.
Amiram Cooper, de 85 anos, foi levado junto com a esposa, Nurit Cooper, da casa deles em Nir Oz, segundo disse sua nora Noa à BBC. Nesta segunda-feira (23), Nurit foi liberada pelo Hamas. A família chegou a falar com o casal durante o ataque de 7 de outubro, e os idosos haviam dito que estavam em um cômodo de segurança na casa.Mais tarde, a família rastreou o telefone de Amiram até Gaza.
Judith Weinstein Haggai, 70, e seu marido Gad, 73, também desapareceram de Nir Oz após o ataque do Hamas. Dez dias depois, os militares israelenses confirmaram à família que haviam sido feitos reféns, informou a CTV News no Canadá.
Adina Moshe, 72 anos, foi identificada pela sua família em um vídeo que a mostrava presa entre dois combatentes do Hamas numa moto, aparentemente ela estava sendo levada para Gaza. Ela também foi sequestrada em Nir Oz, disseram seus parentes à CNN.
Alex Danzig, 75 anos, estudioso e historiador do Holocausto, estava em sua casa, também em Nir Oz, quando a residência foi atacada pelo Hamas, em 7 de outubro. “Temos certeza de que ele foi sequestrado”, disse seu filho Mati à BBC. Alex – cuja irmã mais velha, Edith, é uma sobrevivente do Holocausto – passou os últimos 30 anos trabalhando para o Yad Vashem, o centro de memória do Holocausto em Israel. O seu desaparecimento desencadeou uma campanha pela sua libertação, tanto em Israel como na Polónia, o seu país natal.
Hagar Brodutch, 40, sua filha Ofri, 10, e os filhos Yuval, 8, e Oria, 4, estavam em Kfar Aza, um kibutz perto da fronteira com Gaza, quando o Hamas atacou, segundo Avichai Brodutch, marido de Hagar e pai das crianças. Ele disse à ABC News que inicialmente acreditava que eles estavam mortos – mas depois recebeu uma mensagem do kibutz informando que eles haviam sido vistos vivos, sendo levados embora.
Ron Scherman, um soldado israelense de 19 anos, foi sequestrado em uma passagem de fronteira, disse sua mãe Maayan ao canal de notícias i24 de Israel. Mais tarde, ela o identificou em um vídeo postado pelo Hamas.
Shiri, Yarden, Ariel e Kfir Bibas teriam sido sequestrados no kibutz no sul de Israel onde viviam e onde Shiri era professora de jardim de infância. Shiri foi fotografada segurando Ariel, de 3 anos, e Kfir, de 9 meses, cercada por homens armados do Hamas.
Yossi e Margit Silberman, os pais de Shiri, também estão desaparecidos e provavelmente foram capturados.
Daphna Elyakim, de 15 anos, e sua irmã Ella, de 8, foram vistas em vídeo sendo detidas em casa, no kibutz Nahal Oz, disseram parentes. O pai das meninas, Noam Elyakim, a parceira de Noam, Dikla Arava, e seu filho Tomer, de 17 anos, foram mortos. Parentes disseram que Ella e Daphna apareceram em fotos postadas pelo Hamas.
Karina Ariev, uma soldado de 19 anos, servia numa base militar perto de Gaza quando foi raptada. Sua irmã Alexandra disse à BBC que ouviu tiros quando Karina ligou para ela durante o ataque, e mais tarde viu um vídeo mostrando Karina sendo levada em um veículo.
Ofer, Erez e Sahar Kalderon foram feitos prisioneiros no Kibutz Nir Oz. Um vídeo nas redes sociais parecia mostrar Erez, de 12 anos, sendo levado por homens armados em direção a Gaza, disse seu parente Ido Dan à BBC. A princípio, acreditava-se também que outros dois familiares deles, Carmela Dan, de 80 anos, e sua neta, Noya, de 12, também tinham sido levadas, mas as autoridades israelenses anunciaram mais tarde que elas haviam sido encontradas mortas.
Mia Shem, 21 anos, de Shoham, apareceu no primeiro vídeo de reféns divulgado pelo Hamas dizendo que havia sido sequestrada em uma festa. As Forças de Defesa de Israel confirmaram que ela foi feita refém e disseram que estavam em contato com sua família, que concordou que as imagens do vídeo pudessem ser mostradas.
Channah Peri, 79, e seu filho Nadav Popplewell, 51, foram feitos reféns pelo Hamas, disse a filha de Channah, Ayelet Svatitzky, que falava com eles ao telefone quando os homens armados invadiram a casa deles. Ela disse que os sequestradores enviaram fotos de seus dois parentes, ambos com diabetes, com homens armados ao fundo.
Omri Miran, 46 anos, foi sequestrado depois que sua família abriu a porta de seu abrigo seguro para uma criança israelense, que disse que caso contrário ele seria morto. A esposa de Omri, Lishay Lavi, disse que o viu sendo levado algemado com outros três reféns do kibutz Nahal Oz.
Liri Elbag, 18 anos, tinha acabado de iniciar o treinamento militar como vigia do Exército perto da fronteira de Gaza quando o Hamas atacou, disse seu pai, Eli, à Associated Press. Eli afirmou que a viu em um vídeo divulgado posteriormente pelo Hamas, lotado com outras pessoas na traseira de um caminhão militar que foi apreendido pelos homens armados.
Muitas pessoas podem ter sido sequestradas no festival de música Supernova, no sul de Israel. Entre elas:
Moran Stela Yanai, 40 anos, designer de joias que estava vendendo seu trabalho no festival quando o ataque aconteceu. Mais tarde, ela foi vista em um vídeo sentada no chão, cercada por um texto depreciativo em árabe sobre os judeus, disse seu irmão à Associated Press.
Almog Meir Jan, 21 anos, tentou fugir do festival. Ele e um amigo chegaram ao carro do amigo, mas só conseguiram percorrer uma curta distância antes de serem forçados a parar. A família de Almog afirma ter visto um vídeo com reféns no qual ele aparece.
Inbar Heiman, um estudante de 21 anos, foi visto por dois jovens israelenses sendo levado do festival em uma motocicleta. O Hamas divulgou um vídeo no qual Inbar é visto brevemente.
Hersh Goldberg-Polin, 23 anos, da Califórnia, foi visto por testemunhas sendo carregado em um caminhão, disse sua família ao Los Angeles Times. Ele ficou gravemente ferido e inconsciente, disseram as testemunhas, e a última localização conhecida de seu telefone o mostrou na fronteira com Gaza.
Maya Regev, 21, e seu irmão Itay, 18, de Herzliya, também teriam sido levados. Na manhã do ataque, o pai de Maya recebeu um telefonema da filha que gritava “Pai, estão atirando em mim, estou morta”. A família disse que mais tarde viu Itay algemado na traseira de um veículo em um vídeo divulgado pelo Hamas. Quase dois dias depois, o exército israelense informou à família que Maya e Itay haviam sido sequestrados.
Shani Louk, uma turista da Alemanha, participava de um festival perto da fronteira de Gaza quando integrantes do Hamas invadiram a área, abrindo fogo e fazendo com que as pessoas aterrorizadas fugissem pelo deserto.
A mãe dela, Ricarda, disse ter visto um vídeo de Shani depois que ela foi levada e mais tarde disse ter informações de que a jovem estava em estado crítico em Gaza por conta de um ferimento na cabeça.
Noa Argamani, uma cidadã israelense nascida na China, também foi sequestrada no festival. Imagens de vídeo - verificadas por seu pai, Yaakov Argamani, no Canal 12 de Israel - mostram a jovem de 25 anos sendo levada na traseira de uma motocicleta gritando "Não me mate!".
Bar Kuperstein, 21 anos, falou pela última vez com a sua família na manhã de 7 de Outubro, durante o desenrolar do ataque. Mais tarde, no mesmo dia, a sua família afirma tê-lo identificado em um vídeo de prisioneiros israelitas, publicado pelo Hamas. Desde então, eles dizem não ter tido mais informações.
Vivian Silver, 74 anos, uma renomada defensora da paz. Sua última comunicação foi para dizer que sua casa no Kibutz Be'er estava sob ataque.
Roni Eshel, 19 anos, estava em uma base militar na fronteira de Gaza. A família dela diz que a última vez que tiveram notícias dela foi na manhã do ataque do Hamas. Sua base estava sob ataque. Ela enviou uma mensagem de texto para a mãe por volta das 9h30, dizendo: “Mãe, estou bem, estou ocupada, te amo”.
Jordan Roman-Gat, uma cidadã germano-israelense de 36 anos, foi sequestrada com o marido e o filho pequeno pelo Hamas no Kibutz Be'eri. Ela, seu marido Alon e Gefen, de três anos, escaparam quando o carro parou brevemente, mas Jordan se separou dos outros, disseram parentes à CNN, acrescentando que temem que ela possa ter sido recapturada.
Ohad e Ethan Vahalomy foram sequestrados em seu kibutz, segundo a mãe de Ohad, Esther. Ela disse que sua nora e duas de suas netas conseguiram escapar quando cinco homens armados invadiram sua casa, mas Ohad e Ethan, de 12 anos, foram levados.
Ditza Heiman, 84 anos, foi vista por um vizinho do Kibutz Nir Oz sendo levada por homens armados do Hamas, disse sua sobrinha. Ex-assistente social, ela é viúva de Zvi Shdaimah, que migrou para o Reino Unido no Kindertransport, o resgate organizado de crianças de áreas controladas pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.
Dror Or, sua esposa Yonat, seu filho Noam e sua filha Alma foram vistos por um vizinho sendo arrastados para fora de sua casa no Kibutz Be'eri, de acordo com seu sobrinho Emmanuel Besorai. Não houve contato desde então, disse ele. Noam tem 15 anos e Alma 13.
Shoshan Haran, sua filha Adi Shoham, o parceiro de Adi, Tal Shoham, e seus filhos, Naveh e Yahel, foram sequestrados na casa da família no Kibutz Be'eri, de acordo com a organização sem fins lucrativos que ela fundou, Fair Planet. A Fair Planet disse que perdeu contato com Haran após o ataque do Hamas, mas um telefone do marido de Haran, Avshalom, foi rastreado até Gaza e eles acreditam que toda a família foi levada. Avshalom Haran – economista e dupla cidadania alemã/israelense – foi morto, confirmou a BBC. Ele tinha 66 anos. Shoshan tem 67 anos, Naveh tem oito e Yahel tem três.
Sharon Avigdori, 52, e sua filha Noam, 12, são parentes de Haran e acredita-se que tenham sido sequestradas no mesmo momento. Eviatar Kipnis, 65 anos, e sua esposa Lilach Kipnis, 60 anos, foram mortos, disse a família.
Yaffa Adar, 85 anos, foi sequestrada em um kibutz perto da fronteira com Gaza. A sua neta Adva encontrou um vídeo dela sendo levada para Gaza, cercada por quatro homens armados.
Os pais de Sharone Lifschitz – uma artista radicada em Londres, que pediu para não serem identificados por medo de represálias – também podem ter sido feitos reféns no Kibutz Nir Oz. Lifschitz disse que seu pai fala árabe e passou seu tempo de aposentadoria levando palestinos que precisavam de tratamento médico para o hospital.
Ada Sagi, 74 anos, também pode ter sido sequestrada de sua casa no Kibutz Nir Oz. Seu filho, Noam, disse que os soldados israelenses encontraram manchas de sangue, mas nenhum sinal de sua mãe e que ela não estava entre os mortos ou feridos na pequena comunidade.
Efrat Katz e Gadi Mozes, mãe de Doron Asher (que foi sequestrada com as filhas) e seu parceiro respectivamente, também foram raptados durante o mesmo ataque ao kibutz de Nir Oz, segundo familiares e a agência de ajuda israelita onde Gadi Mozes trabalhava como especialista agrícola.
Sagui Dekel-Chen, um cidadão americano-israelense, está desaparecido desde o ataque do Hamas ao kibutz Nir Oz, disse seu pai Jonathan à BBC. Jonathan disse que o seu filho não foi encontrado entre os mortos e que a “única explicação razoável” é que ele foi levado para Gaza.
Anucha Angkaew, um cidadão tailandês que trabalhou numa fazenda de abacates durante quase dois anos, foi visto num vídeo publicado pelo Hamas. Sua esposa, Wanida Maarsa, o identificou para a BBC Thai.
Boonthom Phankhong e Nattawaree “Yo” Moonkan, marido e mulher, trabalhavam numa fábrica de embalagem de cogumelos perto de Gaza quando homens armados do Hamas invadiram e começaram a disparar, segundo reportagens da televisão tailandesa. Yo, de 35 anos, gritou enquanto todos se escondiam e foi levada junto com o marido, de 45 anos.
O-wat Suriyasri foi fotografado com as mãos amarradas nas costas enquanto homens armados o observavam, conforme mostrou uma foto enviada por um colega à sua família, segundo reportagens da TV tailandesa. Ele tem um filho com sua esposa na Tailândia.
Manee Jirachat, que viajou para Israel a trabalho há quatro anos, foi capturado pelo Hamas com outros cinco trabalhadores que se protegeram juntos, de acordo com uma entrevista na TV tailandesa com seu pai, que conversou com sobreviventes.
Natthaporn Onkaew, Komkrit Chombua, Parinya Taemklang, Pattanayuth Tonsokri, Kiattisak "Top" Patee e um homem não identificado foram divulgados pelo Ministério das Relações Exteriores tailandês como reféns. A Tailândia disse que 14 de seus cidadãos foram capturados.