"Não há voos. Não há ônibus entre a Cidade do México e Acapulco", relatou um fotógrafo da AFP horas depois que o furacão tocou a terra com ventos de até 315 segundo o governo mexicano. "Não há sinal de internet nem energia elétrica em Acapulco", acrescentou o jornalista, que saiu da cidade para transmitir suas fotos.
O furacão impactou principalmente os visitantes do balneário, localizado na costa mexicana do Pacífico, com uma ocupação hoteleira de 50%. "Havia uma convenção sobre mineração. Ficaram bloqueados", informou o correspondente da AFP.
"Não nos deixam sair, estamos incomunicáveis. Tomara que alguém da minha família me veja, para que saibam que estou bem", disse à emissora Televisa a turista mexicana Nely Palacios.
As primeiras imagens mostravam hotéis de luxo e centros comerciais reduzidos às suas estruturas de concreto, e cenas de saques começavam a se multiplicar. "Os danos materiais são devastadores. Não temos água nem luz, mas estamos sãos e salvos", disse Citlali Portillo, administradora de uma residência para turistas, à Televisa.
"O edifício se movia como se fosse um terremoto e se moveu assim durante duas horas!", acrescentou a mulher que precisou se refugiar dentro de uma banheira durante a passagem do furacão. "Assim nos salvamos", acrescentou.
Otis tocou a terra após a meia-noite, horário local, como furacão de categoria 5, a máxima na escala de ventos Saffir-Simpson. Não foram reportadas vítimas.
Em questão de horas, Otis se transformou em um furacão de grande categoria e "potencialmente catastrófico", segundo autoridades meteorológicas, surpreendendo o governo e presidente, Andrés Manuel López Obrador, que seguiu para o local por via terrestre na tarde de hoje e enfrentou problemas nas estradas.
A interrupção das telecomunicações dificultava o trabalho dos jornalistas, com poucos meios de alcance nacional com capacidade de transmitir informações a partir da área do desastre.
Otis tocou a terra como furacão de categoria 5, a mais destrutiva na escala de intensidade Saffir-Simpson, deixando o balneário isolado. O aeroporto de Acapulco ficou inundado e com sinais de destruição no telhado e nas janelas, segundo imagens de TV.
Centenas de turistas caminhavam com o que conseguiram salvar de seus pertences pela avenida Miguel Alemán, a principal da cidade, de acordo com essas mesmas imagens.
Após passar por Acapulco, o furacão se desintegrou no território montanhoso do sudoeste mexicano.