Após o assassinato de um religioso hindu em 2008, os ataques de represália contra a comunidade cristã levaram multidões a atacarem dezenas de igrejas católicas, salas de oração, escolas e casas no estado de Odisha, forçando quase 50 mil pessoas a fugir.
Entre as vítimas estava um grupo ao qual a Igreja chama de "mártires de Kanhamal", composto por 24 homens e 11 mulheres.
A medida para honrar o grupo foi proposta por John Barwa, arcebispo de Odisha, e os bispos indianos votaram em janeiro "para iniciar o processo de beatificação dos mártires de Kandhamal", disse a Conferência dos Bispos Católicos da Índia em comunicado anunciado na terça-feira.
De acordo com as normas da Igreja, caso uma figura seja estabelecida como mártir, sua beatificação - que corresponde à etapa anterior à canonização - avança mais rapidamente.
Mas deve haver prova de um milagre para que progridam e se tornem santos.
Os bispos afirmaram ter recebido esta semana uma carta de aprovação de Roma para iniciar o processo de "investigação da vida, das virtudes e da santidade" do grupo.
A medida para homenagear as 35 vítimas da violência ocorre no momento em que o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, se prepara para as eleições de 2024.
Desde que assumiu o cargo em 2014, a Índia assistiu a numerosos surtos de violência entre a maioria hindu e a minoria muçulmana, que totalizam cerca de 200 milhões de pessoas.
O partido político Bharatiya Janata, ao qual pertence Modi, é acusado por seus detratores de querer fazer da Índia, essencialmente laica, uma nação hindu.
A Índia tem uma população de cerca de 1,5 bilhão de habitantes, incluindo 30 milhões de cristãos.