"Cometi vários pequenos erros e um grande número de erros", respondeu o acusado a um de seus advogados, Mark Cohen. "De longe, o erro mais importante foi não ter uma equipe dedicada ao gerenciamento de risco", acrescentou.
"Cometeu alguma fraude?", perguntou o advogado, ao que o ex-executivo respondeu categoricamente: "Não cometi". "Roubou dinheiro de seus clientes?", continuou o advogado. "Não", repetiu Bankman-Fried.
O cofundador da FTX, conhecido na indústria pela sigla SBF, é acusado de desviar, sem consentimento, dinheiro de clientes da plataforma de câmbio de criptodivisas FTX para alimentar investimentos de risco de um fundo da companhia, o Alameda Research, mas também para comprar imóveis nas Bahamas.
Em novembro de 2022, a plataforma quebrou, incapaz de fazer frente aos pedidos de saque dos clientes, preocupados com as operações da companhia.
Quando a poeira baixou, o rombo era de cerca de 8,7 bilhões de dólares (R$ 43 bilhões, na cotação atual), segundo o administrador que responsável pela liquidação.
Os clientes da FTX poderão recuperar a maior parte de seus recursos, com base em um plano proposto pelo administrador designado.
O cofundador da companhia, Gary Wang, e a ex-diretora-geral e ex-namorada de Bankman-Fried, Caroline Ellison, estão colaborando com a Promotoria e relataram que o ex-executivo tinha conhecimento da situação financeira da FTX e não fez nada para mudá-la.
SBF foi extraditado no fim de dezembro das Bahamas, onde ficava a sede da FTX, e foi liberado com uma fiança de 250 milhões de dólares (cerca de 1,2 bilhão de reais) ao chegar a Nova York. Se for condenado, pode passar décadas na prisão.
NOVA YORK