Às 20h, horário local (11h no horário de Brasília), o Ministério de Situações de Emergência ainda procurava o último minerador desaparecido, mas as chances de encontrá-lo vivo eram quase nulas.
O governo anunciou a nacionalização da subsidiária local da gigante siderúrgica, que já acumulava uma longa lista de tragédias.
Segundo o Ministério de Situações de Emergência, as buscas são difíceis devido à falta de energia elétrica, à extensão dos túneis e ao fato de vários deles estarem inundados.
Imediatamente após o anúncio do acidente na manhã de sábado, o presidente do Cazaquistão, Kasym-Jomart Tokayev, ordenou "encerrar a cooperação" com o grupo.
Na presença das famílias das vítimas em Karaganda, Tokayev chamou a ArcelorMittal de "a pior empresa da história do Cazaquistão do ponto de vista da cooperação com o governo".
O governo cazaque e a gigante siderúrgica, liderada pela indiana Lakshmi Mittal e com sede no Luxemburgo, anunciaram um acordo preliminar para "transferir a propriedade da empresa para a República do Cazaquistão".
No entanto, a subsidiária cazaque do grupo, ArcelorMittal Temirtau, afirmou neste domingo que o acordo foi assinado "na semana passada".
Neste domingo, as bandeiras do Cazaquistão foram hasteadas a meio mastro para marcar um dia nacional de luto, observou um jornalista da AFP.
Antes desta última tragédia, doze funcionários da ArcelorMittal no Cazaquistão perderam a vida em acidentes em menos de um ano e, em 2023, as autoridades registraram quase 1.000 violações das normas de segurança industrial nas minas da empresa.
Este é o pior acidente de mineração no Cazaquistão desde 2006, quando 41 mineradores morreram em outra instalação da ArcelorMittal.
Desde a queda da União Soviética em 1991, cerca de 200 mineradores perderam a vida no Cazaquistão, a grande maioria nas minas desse grupo.
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