"Eles me bateram duas vezes", disse Ferraresi, enquanto mostrava curativos em sua mão direita.
"São coisas que não deveriam acontecer. O jogo acabou e fomos agradecer à torcida da Venezuela [nas arquibancadas]. Salomón Rondón foi dar sua camisa e eu fui atrás dele, quando fui tirar a minha para dar às pessoas, a polícia me parou", declarou o zagueiro ao canal oficial da Federação Venezuelana de Futebol (FVF).
"Teve um homem da polícia que me abordou direito, mas depois os outros se exaltaram, não sei o que aconteceu, e usaram os cassetetes para nos bater. Eles me bateram duas vezes. Chegaram a bater duas vezes e me machucaram um pouco [dois dedos da mão], mas não foi grave", acrescentou.
Vídeos do confronto entre policiais e vários jogadores venezuelanos que tentavam chegar a um grupo de torcedores nas arquibancadas viralizaram nas redes sociais.
A FVF condenou os "atos de discriminação e xenofobia sofridos por nossa equipe, comissão técnica e torcida".
"É muito grave que um dos nossos jogadores tenha sido ferido por um funcionário ao se aproximar dos nossos torcedores para entregar uma camisa, um ato que é absolutamente normal e comum em qualquer jogo de futebol e que não deveria suscitar uma ação policial como a que o nosso jogador sofreu", acrescentou a federação.
Sem fazer referência direta a este caso ou aos incidentes que ocorreram no Maracanã antes do clássico entre Brasil e Argentina, a Conmebol ressaltou em comunicado que "a decisão de abrir uma investigação e a aplicação de possíveis punições" são "poderes exclusivos" da FIFA.
A entidade sul-americana, no entanto, declarou que "condena todas as formas de violência e sempre vai cooperar com ações que visem banir a violência, o racismo, a xenofobia e a discriminação".
CARACAS