Os 58 membros do conselho elegeram como presidente a franco-libanesa Vera El-Khoury Lacoeuilhe, candidata de Santa Lúcia, com 36 votos, frente aos 20 votos para a embaixadora do Brasil, Paula Alves de Souza, e duas abstenções.
"Agora iniciamos um novo capítulo de unidade, de solidariedade, de cooperação entre todos para um futuro melhor a serviço de nossos povos", disse El-Khourym Lacoeuilhe, após revelar estar "emocionada com esta honra".
A presidência do Conselho Executivo corresponde à região da América Latina e Caribe para o período 2023-2025. Seus membros deverão propor o sucessor da atual diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, a partir de 2025.
A eleição da presidência se anunciava polêmica pela candidatura de El-Khoury Lacoeuilhe, cujo principal apoio é o embaixador de Santa Lúcia, o bilionário nigeriano-libanês Gilbert Chagoury, que conta com várias condenações.
Próximo ao ex-ditador nigeriano Sani Abacha, foi condenado no ano 2000 em Genebra a uma multa de um milhão de francos-suíços (cerca de 1,1 milhões de dólares ou 2,15 milhões de reais na época) em um caso de lavagem de dinheiro. Em 2021, a Justiça dos Estados Unidos lhe impôs multa de 1,8 milhão de dólares (10,19 milhões de reais na época) por financiamento ilegal de um partido político.
Um diplomata havia indicado à AFP o "dano à reputação" que a agência da ONU sofreria com a vitória da candidata de Santa Lúcia, que em 2017 retirou sua candidatura ao posto de diretora-geral da Unesco, que ficou com Azoulay.
Brasil se apresentou à eleição na quarta-feira, depois que a embaixadora argentina, Marcela Losardo, se retirou da disputa, após a vitória do opositor ultraliberal Javier Milei na Argentina.