Jornal Estado de Minas

WASHINGTON

Fed mantém juros inalterados e antecipa cortes em 2024

O Federal Reserve (Fed, banco central americano) manteve os juros inalterados nesta quarta-feira (13), na faixa de 5,25%-5,50%, e espera reduzi-los a 4,6% em 2024, em função do enfraquecimento da atividade econômica, destacou em comunicado divulgado após a sua reunião de política monetária.



"Os indicadores recentes sugerem uma moderação do crescimento da atividade econômica" desde o terceiro trimestre, apontou o Comitê de Política Monetária do Fed (FOMC) após a reunião, que teve início ontem. Segundo o comunicado, a inflação cedeu no último ano, mas permanece elevada.

O comunicado indica que a inflação diminuiu no último ano, mas ressalta que ela ainda está "elevada", e embora considere isso "pouco provável", o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que a possibilidade de algum aumento nos juros também não está "excluída".

"Embora os responsáveis do Fed considerem pouco provável que seja apropriado elevar novamente os juros, também não excluem essa possibilidade", disse em entrevista coletiva após o comunicado da última reunião de política monetária do ano nos Estados Unidos.



- Meta de 2% -

A inflação nos Estados Unidos deve diminuir um pouco mais rapidamente do que o esperado, chegando a 2,4% no fim de 2024, mas a meta do Fed, de 2% ao ano, será alcançada apenas em 2026. O banco central também revisou para cima sua previsão de crescimento para 2023, a 2,6% e reduziu a de 2024 para 1,4%.

A previsão para a taxa de desemprego, outro fator que o Fed considera para avaliar o estado da economia e o resultado da sua política monetária restritiva, manteve-se estável, em 3,8%, para 2023, e em 4,1% para 2024.

O Fed aumentou os juros 11 vezes desde março de 2022, para tornar o crédito mais caro e conter o consumo e o investimento, que pressionam os preços para cima. Desde julho, o banco central vem mantendo a taxa inalterada, para avaliar o impacto desses aumentos e evitar uma recessão.

Os dados mais recentes da inflação foram bastante positivos. O índice de preços ao consumidor (CPI) situou-se em 3,1% em 12 meses em novembro, enquanto o CPE, o mais seguido pelo Fed, apresentou uma taxa de 3% em outubro.

"Acredito que, quando chegarmos ao fim de 2024, o '2' será o primeiro número" dos dados da inflação, disse na última segunda-feira a secretária do Tesouro, Janet Yellen, em entrevista à rede CNBC, referindo-se à meta de longo prazo do Fed.