A Força Aérea ucraniana afirmou que a Rússia iniciou o ataque "precisamente às 3h (22h de Brasília, terça-feira)" com o lançamento de 10 mísseis contra Kiev que foram derrubados.
O Ministério da Saúde informou que 53 pessoas ficaram feridas, incluindo duas crianças. Os destroços dos mísseis caíram principalmente na zona leste da cidade.
O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, informou que "um míssil caiu no perímetro de um hospital na capital" durante o ataque noturno.
Um jornalista da AFP ouviu várias explosões no centro de Kiev, seguidas logo depois pelo acionamento das sirenes de alerta.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, elogiou o trabalho dos militares e se comprometeu a reforçar as defesas aéreas do país.
"A Rússia confirmou novamente o título de país vergonhoso que lança foguetes durante a noite, atacando áreas residenciais, jardins de infância e instalações de energia no inverno", afirmou nas redes sociais.
- Reforçar apoios -
Zelensky desembarcou na Noruega hoje para uma reunião com os governantes das cinco nações nórdicas, doadores cruciais da Ucrânia no conflito com a Rússia. "Não podemos vencer sem ajuda", disse o presidente ucraniano após uma conversa com o primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Støre. "Mas não podemos perder, porque a única coisa que temos é o nosso país."
Após o fracasso da contraofensiva iniciada pela Ucrânia em junho, Zelensky tenta reconstruir o apoio dos aliados ucranianos em um momento de aparente cansaço. Nos últimos dias, as forças russas iniciaram uma ofensiva em vários pontos no leste e no sul da Ucrânia.
"As Forças Armadas ucranianas perdem posições rapidamente", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, ao veículo russo Izvestia.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reuniu-se ontem com o colega ucraniano na Casa Branca e reiterou que Washington continuará fornecendo armas para Kiev. "Não irei abandonar a Ucrânia", declarou.
O presidente do Senado americano, Chuck Schumer, disse esperar para breve um acordo sobre um pacote de ajuda para a Ucrânia, bloqueado e bastante debatido no Congresso.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, fez hoje um apelo aos 27 membros do bloco para que apoiem a ajuda econômica à Ucrânia e suas aspirações de aderir à União Europeia (UE).
O presidente francês, Emmanuel Macron, também pediu que a UE ofereça um "apoio pleno e duradouro" à Ucrânia. "Nossa segurança coletiva está em jogo", afirmou.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, disse que pedirá "um apoio financeiro sustentável e confiável para a Ucrânia" durante uma cúpula europeia nesta semana.
- 'Terror com mísseis' -
O ataque desta quarta-feira, que deixou o maior número de feridos em meses, foi o segundo contra Kiev em uma semana e ocorreu após um longo período sem bombardeios.
Uma creche foi atingida, e um prédio residencial teve de ser esvaziado. O abastecimento de água de um dos bairros da cidade também foi afetado, segundo as autoridades.
A administração militar de Kiev informou que os destroços dos mísseis caíram em três bairros. "O inimigo está intensificando o terror com mísseis em Kiev", afirmou em uma nota.
No sul da Ucrânia, nove drones Shahed de fabricação iraniana foram derrubados perto de Odessa, segundo o Exército.
Um jornalista da AFP viu um grande hangar com caminhões e carros destruídos, com pedaços do telhado de metal presos nos galhos das árvores próximas.
"Quando os drones foram derrubados, nem todos foram completamente destruídos", disse a porta-voz do Exército, Nataliya Gumenyuk.
Dois funcionários de uma oficina mecânica ficaram feridos, devido à queda de um dos dispositivos, e "um edifício de infraestrutura portuária foi parcialmente destruído" por outro drone, afirmou o governador de Odessa, Oleg Kiper.
O Ministério russo da Defesa disse que as Forças Armadas destruíram depósitos de munições ucranianos e centros de construção de drones, mas não deu mais detalhes.