"Não há razões para discutir nada, porque as condições prévias não foram cumpridas (...) Não estamos em posição de começar a negociar", declarou o chefe de Governo húngaro ao chegar para uma reunião de cúpula europeia que deve discutir o início ou não das negociações com a Ucrânia.
Orban disse que "será necessário voltar ao tema mais tarde, retornar quando as condições forem cumpridas".
A ampliação da UE "é um processo juridicamente detalhado, baseado no mérito e que tem condições prévias. Estabelecemos sete condiciones prévias e, segundo a avaliação da Comissão Europeia, três das sete não foram cumpridas".
A reunião de cúpula que começa nesta quinta-feira na capital belga deve apoiar um relatório da Comissão Europeia (o Executivo da UE) que recomenda o início de negociações formais de adesão com a Ucrânia e a Moldávia.
Além disso, os governantes europeus devem aprovar um grande pacote de ajuda financeira à Ucrânia de 50 bilhões de euros (mais de 54 bilhões de dólares, 265 bilhões de reais).
Orban já antecipou que é contrário ao início das negociações de adesão com a Ucrânia, uma posição que ameaça a unidade da UE em um tema considerado muito delicado.
Em uma carta a Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, Orban chegou a pedir formalmente que a questão da Ucrânia fosse retirada da agenda da reunião, para evitar que a falta de consenso provocasse o fracasso do encontro.
Orban tem encontros programados nesta quinta-feira com Michel, com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, com o presidente da França, Emmanuel Macron, e com o chefe de Governo da Alemanha, Olaf Scholz.
O ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmitro Kuleba, advertiu na semana passada para as "consequências catastróficas" de uma rejeição da UE ao início das negociações de adesão.