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Estado de Minas REACELERAÇÃO

O que está por trás do diagnóstico da OMS de onda 'grande e única' de COVID-19

Porta-voz da entidade ressalta que, ao contrário dos vírus de gripe e influenza, Sars-CoV-2 não é sazonal


29/07/2020 17:33 - atualizado 29/07/2020 21:57

Ao contrário dos vírus de gripe e influenza, Sars-CoV-2 nao é sazonal, ressalta OMS(foto: Getty Images)
Ao contrário dos vírus de gripe e influenza, Sars-CoV-2 nao é sazonal, ressalta OMS (foto: Getty Images)

"Nós estamos na primeira onda. Será uma grande onda. Não tem sentido falar de segunda ou terceira."

Foi assim que a porta-voz da Organização Mundial de Saúde (OMS), Margaret Harris, respondeu nesta terça (28) a uma pergunta sobre a reaceleração da pandemia de COVID-19 em locais em que a curva de contágio vinha perdendo força.

Durante uma coletiva de imprensa virtual, Harris ressaltou que o novo coronavírus não é um "vírus sazonal".


Diferentemente do vírus da influenza e da gripe, que costumam circular com maior frequência nas estações mais frias, o Sars-CoV-2 não segue um padrão sazonal - e tem afetado duramente inclusive países que estão no verão, como os Estados Unidos, hoje o mais atingido pela pandemia.


Chamar os novos surtos de segunda ou terceira onda, para a porta voz da OMS, passa a ideia de que o vírus se comporta de uma maneira que está fora do controle do ser humano, quando, na verdade, há uma série de medidas que podem ser tomadas para evitar sua propagação.


"Esse vírus é muito diferente - ele 'gosta' de todo tipo de clima. O que influi na transmissão são as aglomerações, a concentração de pessoas e o desrespeito às medidas de prevenção e distanciamento social", destacou Harris.

Assim, "temos uma grande onda com altos e baixos, que deveremos achatar para garantir que só nos molhe um pouco os pés", acrescentou. ''Mas, no momento, (falar em) primeira, segunda, terceira ondas, isso não faz sentido e não estamos definindo dessa forma.''


As declarações de Harris foram feitas em meio ao aumento no registro de novos casos em várias regiões do mundo, como na Ásia e na Europa, que pareciam haver conseguido desacelerar a curva de contágio.


Cidade turística Da Nang, no Vietnã, evacuou 80 mil pessoas após registrar primeiros novos casos em meses(foto: Getty Images)
Cidade turística Da Nang, no Vietnã, evacuou 80 mil pessoas após registrar primeiros novos casos em meses (foto: Getty Images)

No último dia 26 de julho, a China viu o maior incremento diário no número de infectados desde o fim do mês de março. Hong Kong, por sua vez, ordenou novamente o fechamento de bares e restaurantes na tentativa de frear um novo surto.


O Vietnã, que não registrava nenhum novo caso desde abril, evacuou 80 mil pessoas da cidade de Da Nang após o surgimento de algumas dezenas.


Na Europa, países como Espanha, França e Alemanha observam com preocupação o aumento do contágio e já alertaram sobre a possibilidade de reimplementar medidas de confinamento caso a situação não melhore.


"Parece que existe uma ideia arraigada de que se trata de um vírus sazonal, mas há um surto enorme, o mais intenso, nos EUA. E eles estão no meio do verão. O mesmo acontece com o Brasil, um país tropical. E o hemisfério Sul está no momento no inverno."


Pelo monitoramento da entidade, diz Harris, ao mesmo tempo em que os ncveis de COVID-19 estão altos, os de influenza (esse sim um vírus sazonal) não estão. por isso, e esperado um surto mais tardio de influenza, que pode ''colocar ainda mais pressão nos sistemas de saúde''.


De acordo com os dados compilados pela Universidade Johns Hopkins até o último dia 28 de julho, há quase 17 milhões de pessoas infectadas pelo novo coronavírus no mundo e mais de 660 mil mortos pela doença causada por ele, a COVID-19.


O país mais afetado são os EUA, com mais de 4 milhões de pessoas contaminadas e 150 mil vítimas. O Brasil vem em seguida, com 2,4 milhões de casos confirmados e mais de 88,5 mil mortes.


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