A alta de casos do novo coronavírus na Europa não tem poupado o Reino Unido, onde autoridades científicas fizeram alertas pessimistas sobre o avanço da doença nas próximas semanas - em um indicativo de que novas medidas de isolamento social podem ser implementadas pelo governo.
Leia Mais
Brasil passa de 137 mil mortes por COVID-19; mais 377 óbitos são registrados em 24h'Consegui um emprego após 280 tentativas'Trump x Ciência: os embates incomuns entre o presidente dos EUA e especialistas em clima e coronavírus
Atualmente, o patamar de casos diários no Reino Unido está em cerca de 3,7 mil, segundo a média dos últimos sete dias calculada pela Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres. Mas há estudos apontando que o número possa já estar em cerca de 6 mil casos diários.
- A complexa logística de apoio à população da Amazônia no combate à pandemia de covid-19
- Pandemia isola Províncias argentinas do resto do país e impede pai de dizer adeus a filha doente
Portanto, o nível de alerta do país subirá para o de "transmissão em alta ou aumentando exponencialmente".
"No momento, achamos que a epidemia está dobrando ao redor de a cada sete dias", afirmou Vallance. "Se - e aqui cabe um grande se - isso continuar no mesmo ritmo, e crescer (ainda) dobrando a cada sete dias, teremos cerca de 50 mil casos por dia em meados de outubro."
O desafio, afirmou ele, "é garantir que esse tempo de duplicação não fique em sete dias. Isso exige velocidade, ação e (medidas) o suficiente para reduzir (o número de casos)".
O secretário de Saúde, Matt Hancock, afirmou que o país está diante de um "ponto de virada", que pode levar a uma alta significativa da circulação do vírus.
Ao mesmo tempo, o médico Chris Witty, conselheiro do governo, afirmou que o coronavírus não está se limitando aos mais jovens - apontados como os principais responsáveis pela alta da doença na Europa. "(O vírus) está subindo para as demais faixas etárias", afirmou.
Sem lockdown, mas mais restrições
Na terça-feira (22/9), o premiê Boris Johnson deverá realizar uma reunião com seu comitê de emergência da pandemia e, em seguida, fazer um pronunciamento no Parlamento.
A editora de política da BBC, Laura Kuenssberg, diz que é esperado que o governo anuncie novas medidas para conter o vírus, embora os detalhes ainda não tenham sido decididos.
Segundo ela, o governo não cogitava, até esta segunda-feira, estabelecer um novo lockdown (quarentena obrigatória e de regras rígidas) como fez em março, nem pedir a todas as pessoas que fiquem em casa ou voltar a fechar as escolas, mas sim implementar limites ao funcionamento de serviços de hospitalidade e entretenimento.
Mas, em algumas partes do Reino Unido, novas medidas de isolamento já foram anunciadas.
Na Irlanda do Norte, o governo local determinou que, a partir desta terça (22/9), pessoas que moram em casas diferentes não devem mais fazer atividades juntas, com algumas exceções. Também pediu que encontros em áreas como quintais se limitem a no máximo seis pessoas, de no máximo duas residências diferentes.
A ministra local Arlene Foster afirmou que "não se trata de um retorno ao lockdown", mas "não fazer nada não é uma opção".
Ela acrescentou que "as restrições são limitadas, e estamos mais bem posicionados do que (na época do) auge da pandemia".
Na Escócia, a chefe do governo local Nicola Sturgeon também afirmou que medidas de isolamento "quase certamente" serão implementadas, mesmo que independentemente das decisões do governo central em Londres.
Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!