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Estado de Minas

Com óbitos subindo 2,6% ao dia e leitos esgotados, Brasil tem maior colapso sanitário e hospitalar da história, diz Fiocruz

Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz publicado nesta terça-feira (16/3) sugere toque de recolher nacional e suspensão de aulas presenciais.


16/03/2021 23:39 - atualizado 17/03/2021 00:01

Pacientes em hospital da Porto Alegre, cidade que já tem 103% de ocupação de leitos de UTI(foto: REUTERS/Diego Vara)
Pacientes em hospital da Porto Alegre, cidade que já tem 103% de ocupação de leitos de UTI (foto: REUTERS/Diego Vara)

Com números alarmantes do esgotamento de leitos de UTI e do aumento de mortes por covid-19 no país, além de palavras caracterizando a situação como "gravíssima" e "absolutamente crítica", um boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz publicado na noite desta terça-feira (16/3) classificou o momento atual da pandemia como o "maior colapso sanitário e hospitalar da história do Brasil".

O boletim mostra que a última semana, de 7 a 13 de março, foi de recorde em casos e óbitos por covid-19, com uma média de 71 mil novos casos e 1,8 mil óbitos por dia.

Mas essa é uma situação que já vem escalando há um tempo: nas últimas três semanas (desde 21 de fevereiro), o número de casos cresce a uma taxa de 1,5% ao dia, e de óbitos, 2,6% ao dia. São valores considerados elevados mesmo se comparados à primeira fase da pandemia no país.

Destino de tantas pessoas adoecidas, com covid-19 ou não, os hospitais estão esgotados na maior parte do país. Das 27 unidades federativas, 24 Estados e o Distrito Federal estão com ocupação de leitos de UTI superior a 80% 15 delas com taxas ultrapassando 90%.

"É praticamente o país inteiro com um quadro absolutamente crítico", diz o boletim.

Na última semana, melhorou a situação em Roraima (com queda de ocupação de 80% para 73%) e piorou a do Pará, que voltou à zona crítica (passando de 75% para 81%). Também entraram na zona crítica, aquela superior a 80%, Amapá (90%), Espírito Santo (89%), Paraíba (85%), Minas Gerais *85%) e Alagoas (84%).

Roraima e Rio de Janeiro são hoje os únicos Estados na zona de alerta intermediário mas o Estado do Sudeste já está bem perto da zona crítica, com taxa de 79%.

Das 27 capitais, 25 estão com ocupação de leitos de UTI superior a 80%, e 19 destas cidades têm taxa maior que 90%, como pode ser visto a seguir.

  • Porto Alegre: 103%
  • Cuiabá: 100%
  • Porto Velho: 100%
  • Rio Branco: 100%
  • Curitiba: 98%
  • Florianópolis: 98%
  • Palmas: 98%
  • Teresina: 98%
  • Brasília: 97%
  • Goiânia: 96%
  • Macapá: 96%
  • Natal: 95%
  • Vitória: 95%
  • Fortaleza: 94%
  • Belo Horizonte: 93%
  • João Pessoa: 93%
  • São Paulo: 91%
  • Aracajú: 90%
  • Rio de Janeiro: 90%

Medidas sugeridas: toque de recolher nacional e suspensão de aulas

Para locais com ocupação de leitos acima de 85% e tendência de aumento em casos e óbitos, o Observatório Covid-19 Fiocruz recomenda "restrição em nível máximo" a rígida limitação a atividades não essenciais em Araraquara (SP) é apresentada como exemplo a ser seguido no país.

As recomendações incluem ainda toque de recolher nacional de 20h às 6h da manhã; fechamento de praias e bares; a consideração do fechamento de aeroportos e transporte interestadual; suspensão de aulas presenciais na educação; e a proibição de eventos presenciais como shows, congressos, atividades religiosas e esportivas.

Tais medidas devem ser somadas àquelas que já são consideradas essenciais há muito tempo: distanciamento social e uso de máscaras.

"Com 80% ou mais da população utilizando máscaras há uma redução muito acentuada da transmissão. Se somente 50% da população utilizar máscaras a redução será mínima", diz o boletim.


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