Quatro anos depois, Brandi Levy, agora com 18 anos, viu a confusão com sua antiga escola chegar à Suprema Corte dos Estados Unidos.
Espera-se que o julgamento do caso comece nesta quarta-feira (28/4), no qual será decidido se as escolas têm o direito de punir seus alunos pelo que dizem fora de seus portões. A pauta também coloca em questão a Primeira Emenda à Constituição americana, que protege o direito de expressão.
O que tinha na postagem, e como a escola reagiu?
Levy, então com 14 anos, postou o snap — uma combinação de foto e texto que desaparece após 24 horas — depois de receber a notícia de que não tinha sido escolhida para a equipe de líderes de torcida do seu colégio.
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Ela aparecia com o dedo do meio levantado e um palavrão direcionado à equipe de líderes de torcida, aos treinadores e à escola.
A postagem foi registrada em print por um amigo e enviada a outra aluna, que era filha de uma das treinadoras da escola Mahanoy Area High School.
Levy foi suspensa da equipe por um ano.
Ela, então, processou seu o distrito escolar em Mahanoy, argumentando que a punição violava seu direito à liberdade de expressão.
Qual é o argumento da aluna?
Levy, agora com 18 anos, diz que a foto foi postada fora da escola e fora do horário de aula — o que significa que a escola não tinha autoridade para castigá-la por isso.
A liberdade de expressão dos alunos americanos é protegida por um caso histórico da Suprema Corte de 1969 — Tinker contra Des Moines Independent Community School District — quando os alunos usaram braçadeiras pretas para protestar contra a Guerra do Vietnã.
A Suprema Corte decidiu que a liberdade de expressão dos alunos é garantida, desde que não cause perturbação "material e substancial" na escola.
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Quando o caso de Levy chegou ao Tribunal de Apelação no ano passado, o tribunal da Filadélfia decidiu a favor dela. A corte disse que a decisão de 1969 não deu aos funcionários da escola a autoridade para disciplinar os alunos por coisas que eles dizem fora do campus.
Levy disse à agência de notícias Associated Press: "Estou apenas tentando provar que jovens estudantes e adultos como eu não devem ser punidos por expressar seus próprios sentimentos e deixar que os outros saibam como se sentem".
O que a escola diz?
Após a decisão do Tribunal de Apelação no ano passado, o distrito escolar pediu à Suprema Corte para assumir o caso.
A escola argumenta que geralmente adota punições contra os alunos por causa da manifestações que acontecem fora do campus — e que nos últimos tempos isso se tornou ainda mais importante, pois o ensino remoto devido à pandemia de covid-19 alterou os limites do que é considerado fora e dentro da escola.
A escola também diz que, como a postagem no Snapchat de Levy foi enviada para seus amigos da escola e outras líderes de torcida, ela afetou diretamente a comunidade escolar.
A direção argumenta que uma decisão a favor da adolescente tornaria mais difícil para as escolas policiarem o bullying, o racismo e o assédio que ocorrem fora do horário escolar nas redes sociais.
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