Jornal Estado de Minas

AGLOMERAÇÃO CONTROLADA

Como só 6 se infectaram com COVID em show com 5 mil pessoas em Barcelona?



Pesquisadores na Espanha dizem que não detectaram sinais expressivos de infecção por coronavírus entre as pessoas que participaram de um grande show realizado como teste no mês passado.



Seis pessoas testaram positivo para covid-19 14 dias depois de assistir ao concerto em Barcelona, %u200B%u200Bmas essa incidência, segundo os cientistas, foi menor do que a observada na população em geral.

Cerca de 5 mil pessoas participaram do experimento após testar negativo para covid-19.

Os participantes usavam máscaras, mas não precisavam manter distanciamento social.

Entre as seis pessoas com teste positivo, pesquisadores da Fundação de Combate à Aids e Doenças Infecciosas e do Hospital Universitário Germans Trias i Pujol concluíram que quatro delas foram infectadas em outro lugar, e não no show.



Autoridades espanholas permitiram que o show, que contou com a banda Love of Lesbian, fosse levado adiante como parte de um projeto de pesquisa.

%uD83D%uDCFD Ja ha acabat el concert dels Love of Lesbian al Palau Sant Jordi de Barcelona, amb 5.000 persones
%uD83D%uDC49 https://t.co/PhN8HE2RVO pic.twitter.com/MqBxoNPehw

— Catalunya Informació (@Catinformacio) March 27, 2021


Os pesquisadores descobriram que a taxa de infecção entre os participantes do show foi metade da registrada entre pessoas da mesma idade em Barcelona.

"Não há evidências que houve transmissão durante o evento", disse o especialista em doenças infecciosas Josep Maria Llibre, um dos pesquisadores, em entrevista coletiva na terça-feira (27/04).

O especialista explica que, nos 14 dias após o show, foram detectados seis casos positivos. Isso, disse ele, é uma incidência cumulativa de 131 por 100 mil habitantes, em comparação com os 260 casos por 100 mil habitantes que Barcelona registrou no dia do concerto.


As restrições à realização de eventos de massa foram violadas em vários países, como este na França em janeiro (foto: Getty Images)

Que medidas foram adotadas?

O concerto, realizado no dia 27 de março, foi uma iniciativa do Festivals per la Cultura Segura, um grupo de organizadores de música ao vivo de Barcelona, %u200B%u200Bque se uniram em busca de um protocolo para realização de shows após a pandemia.



Um total de 4.592 pessoas compareceu ao concerto.

No dia do show, todos os participantes tiveram que se submeter a um teste de antígeno, que é mais rápido e mais simples do que os exames PCR. Esse teste não requer análises laboratoriais e seus resultados são revelados em 15 minutos.

Somente aqueles que tiveram teste negativo foram autorizados a entrar no concerto. Também os trabalhadores e convidados tiveram que se submeter ao teste.

O local onde o concerto foi realizado, o Palau Sant Jordi em Barcelona, %u200B%u200Bfoi dividido em três setores, cada um com vias de acesso e saída. Os participantes não podiam mudar de setor.

Pontos de controle e verificação de temperatura foram colocados nas entradas.



Os organizadores entregaram aos participantes máscaras do tipo FFP2, que são descartáveis e capazes de filtrar 94% das partículas transportadas pelo ar. São as mesmas utilizadas por profissionais de saúde.

Garrafas de álcool gel desinfetante também foram disponibilizadas para o público.

Os organizadores do evento disseram que a iniciativa de "sucesso" e afirmaram que "começam a ver uma luz no fim do túnel".

A banda envolvida na experiência, Love of Lesbian, agradeceu aos organizadores e cientistas pelo evento.

"Esperamos que a partir de agora, após esses excelentes resultados, o mundo da cultura seja ouvido como merece", tuitou a banda.

O show reuniu uma das maiores multidões da Europa desde o início da pandemia e ocorre em um momento em que países ao redor do mundo buscam novas maneiras de realizar eventos públicos com segurança.



Um experimento semelhante de dois dias ocorreu na Holanda em março com cerca de 1,5 mil pessoas.


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O que é um lockdown?

Saiba como funciona essa medida extrema, as diferenças entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restrição de circulação de pessoas adotadas no Brasil não podem ser chamadas de lockdown.



Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil

  • Oxford/Astrazeneca

Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

  • CoronaVac/Butantan

Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.



  • Janssen

A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.

  • Pfizer

A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.

Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades

Como funciona o 'passaporte de vacinação'?

Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.




Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.

 

 

Entenda as regras de proteção contra as novas cepas


 

Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.

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